Tarifas recíprocas: bolsas dos EUA afundam no mercado futuro após anúncio de Trump
Brasil será taxado em 10%.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a implementação de tarifas recíprocas sobre produtos importados. A medida estabelece que o país cobrará pelo menos 10% sobre todas as importações, incluindo as do Brasil. Além disso, países que taxam produtos norte-americanos terão suas exportações tarifadas em metade da alíquota que impõem aos EUA.
A decisão faz parte do chamado "Dia da Libertação", como foi denominado pelo republicano, e as tarifas começarão a ser aplicadas a partir de 5 de abril. Para países com maiores déficits comerciais com os EUA, taxas mais elevadas entrarão em vigor em 9 de abril.
Impacto no mercado
O anúncio das tarifas afetou diretamente os mercados financeiros. Antes da divulgação oficial, os principais índices de ações dos EUA fecharam em alta nesta quinta-feira (2). No entanto, os índices futuros despencaram após Trump detalhar as medidas:
S&P 500: queda de 1,6%
Nasdaq: recuo de 2,4%
A forte reação dos investidores indica preocupações sobre os impactos da medida na economia global. Christopher Wolfe, presidente da Pennington Partners & Co, afirmou à Reuters:
“Palavras de presidentes importam. Elas mudam políticas e a forma como o mercado responde.”
Trump defende nova política comercial
Durante o anúncio, Trump reforçou que as tarifas visam equilibrar o comércio internacional e incentivar a produção doméstica:
"Vamos calcular todas as barreiras e tarifas que nos impõem e cobrar aproximadamente metade disso. Se os países não quiserem ser taxados, podem transferir suas fábricas para os EUA."
O presidente citou exemplos específicos:
China: tarifas de 67% sobre produtos americanos → EUA imporão 34% de taxa sobre importações chinesas.
União Europeia: taxa de 39% sobre produtos dos EUA → americanos cobrarão 20% de reciprocidade.
Além das tarifas recíprocas, Trump anunciou a cobrança de 25% sobre carros importados e sobre exportações que não se enquadrem no USMCA (acordo comercial entre EUA, Canadá e México).
Reação brasileira e medidas de retaliação
No Brasil, o governo e o Congresso reagiram rapidamente à decisão. O Senado aprovou, em regime de urgência, um projeto que autoriza retaliação comercial contra países que impuserem barreiras a produtos brasileiros. A medida foi vista como resposta direta à inclusão do Brasil na nova política tarifária dos EUA.
Apesar da reação negativa do mercado e da pressão internacional, Trump classificou o decreto como um marco para a economia americana:
“Este tarifaço é nossa declaração de independência econômica.”
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