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São Paulo,14/03/2025

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USAID: EUA destinaram US$ 44,8 milhões a ONGs e projetos no Brasil em 2023 e 2024

Em 2021, a agência e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizaram ao menos duas ações conjuntas para combater o que chamavam de "desinformação" e "notícias falsas" no período eleitoral.


USAID: EUA destinaram US$ 44,8 milhões a ONGs e projetos no Brasil em 2023 e 2024

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) repassou pelo menos US$ 44,8 milhões (cerca de R$ 267 milhões) a organizações não governamentais, instituições e projetos no Brasil entre 2023 e 2024, segundo dados do governo americano. O montante inclui iniciativas que envolveram o governo federal e outros setores da sociedade civil brasileira.

A Usaid está no centro de uma polêmica internacional e pode passar por uma reestruturação na gestão do presidente Donald Trump. A nova administração tem revisado programas da agência, suspendendo financiamentos considerados desperdício de recursos públicos e que, segundo aliados do governo, podem ter enfraquecido partidos e governos de direita ao redor do mundo. No Brasil, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acusam a Usaid de influenciar negativamente sua campanha à reeleição em 2022.

Recursos aplicados no Brasil

De acordo com informações disponíveis no site oficial de transparência do governo dos EUA, em 2023 foram destinados US$ 20 milhões (cerca de R$ 120 milhões) ao Brasil. No ano seguinte, a cifra subiu para US$ 24,7 milhões (R$ 147 milhões), mas o valor ainda é parcial, pois a contabilidade de 2024 não foi finalizada. No total, a Usaid destinou US$ 77 bilhões para mais de 100 países no mesmo período.

O governo americano, no entanto, não detalha quais ações específicas foram financiadas nem quantas organizações brasileiras receberam recursos. Um levantamento da Gazeta do Povo identificou pelo menos 25 entidades beneficiadas, embora o número possa ser maior.

Ações e impacto dos repasses

A Usaid opera em diversas frentes, incluindo a distribuição de alimentos e insumos médicos em áreas de desastres, além do financiamento de projetos ambientais, programas acadêmicos e iniciativas voltadas para diversidade, equidade e inclusão. No Brasil, os repasses contemplaram ações ligadas à preservação da Amazônia, direitos de gênero e combate à desinformação.

Em 2021, a agência e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizaram ao menos duas ações conjuntas para combater o que chamavam de "desinformação" e "notícias falsas" no período eleitoral. Na época, o TSE afirmou que as ações não envolviam controle de conteúdo nas redes sociais. Em 2023, o Brasil ganhou destaque na mídia internacional pelo papel do Judiciário na moderação de redes sociais, especialmente após a suspensão temporária do X (antigo Twitter), decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes. O empresário Elon Musk, dono da plataforma e atualmente ligado ao governo Trump, criticou a Usaid, chamando-a de “ninho de víboras”.

Investimentos em ONGs e iniciativas sociais

A análise dos dados da Usaid pelo portal Sensus Notícias apontou que parte das entidades beneficiadas atua em projetos voltados para a Amazônia e comunidades indígenas, incluindo áreas em disputa ou em processo de demarcação. Outras organizações concentram-se em direitos reprodutivos, ativismo digital, políticas LGBTQ+ e combate à desinformação.

Somente uma das ONGs que atuam em territórios indígenas e conservação ambiental recebeu cerca de US$ 4 milhões (R$ 24 milhões) no último ano. Também foram financiados projetos de acolhida a imigrantes na fronteira com a Venezuela, combate à fome e redução da pobreza.

Falta de transparência e novas diretrizes

O levantamento da Gazeta do Povo também apontou possíveis divergências nos valores totais destinados ao Brasil em comparação com os dados de transparência da Usaid. O governo Trump anunciou que está preparando um relatório detalhado com os nomes das ONGs e os valores repassados, prometendo divulgar a lista “em momento oportuno”. O anúncio ocorre em meio a críticas sobre falta de transparência e má gestão na agência, enquanto opositores de Trump e parte da imprensa americana questionam as acusações contra a Usaid.

O futuro dos repasses americanos para o Brasil e para outras nações dependerá das decisões da nova administração em Washington, que busca reformular as diretrizes da agência e restringir o financiamento a determinados programas considerados incompatíveis com as prioridades do governo.




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