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São Paulo,21/02/2025

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População de rua cresce 25% no Brasil em um ano, aponta levantamento

O total passou de 261,7 mil para 327,9 mil pessoas, um acréscimo de 66,2 mil indivíduos no período, representando a maior alta em números absolutos já registrada.


População de rua cresce 25% no Brasil em um ano, aponta levantamento

Um levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que a população em situação de rua no Brasil cresceu 25% entre o final de 2023 e o final de 2024. O total passou de 261,7 mil para 327,9 mil pessoas, um acréscimo de 66,2 mil indivíduos no período, representando a maior alta em números absolutos já registrada.

Dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome indicam que, em dezembro de 2024, 33,4 mil famílias em situação de rua possuíam uma renda superior a meio salário mínimo. Esse grupo apresentou crescimento expressivo nos últimos dois anos, partindo de 7,3 mil famílias em dezembro de 2022, um aumento de aproximadamente 360%.

O crescimento dessa população ocorre em um contexto no qual o governo federal tem destacado reduções nos índices de pobreza. Segundo critérios do Banco Mundial, que consideram como pobres aqueles que vivem com menos de US$ 6,85 diários, cerca de 8,7 milhões de brasileiros teriam superado essa linha em 2023. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atribui esse resultado principalmente aos programas sociais de transferência de renda.

Analistas apontam que, o  aumento da população em situação de rua pode estar relacionado à perda do poder de compra devido à inflação e ao aumento da carga tributária. O empresário e especialista em macroeconomia Samuel Hanan avalia que reajustes salariais recentes reduziram o ganho real da população, afetando diretamente a capacidade de subsistência de milhões de brasileiros.

Diante desse cenário, o governo federal anunciou medidas para mitigar o problema. Em 20 de janeiro, o Partido dos Trabalhadores (PT) informou que o programa Minha Casa, Minha Vida incluirá cotas para famílias em situação de rua. A proposta prevê a reserva de ao menos 3% das unidades habitacionais para esses grupos em municípios com mais de mil pessoas nessa condição.

O cientista político Antonio Flávio Testa, doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), avalia que soluções estruturais são necessárias para enfrentar o problema. Ele argumenta que, além das condições econômicas, fatores como desestruturação familiar e dificuldade de acesso ao mercado de trabalho também contribuem para o aumento da população em situação de rua.

A reportagem procurou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República para obter esclarecimentos sobre os dados e as medidas do governo para lidar com a questão. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.




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