Governo Lula estuda baratear preços de alimentos ao aumentar o prazo de validade nos rótulos
Uma reunião decisiva entre a equipe econômica e os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário está prevista para o dia 30 de janeiro.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda estratégias para reduzir o custo dos alimentos de modo a prejudicar a confiabilidade e segurança alimentar. O tema que tem gerado tensão no Palácio do Planalto e cobranças diretas do presidente. Entre as propostas em análise, estão medidas sugeridas pelo setor varejista, como mudanças nas regras de validade dos produtos alimentares.
A Casa Civil informou que as ações serão definidas em reuniões conjuntas com ministérios, produtores e associações, mas destacou que ainda não há confirmação sobre as medidas a serem impostas. Uma reunião decisiva entre a equipe econômica e os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário está prevista para o dia 30 de janeiro, com o objetivo de fechar um plano para enfrentar o problema.
Na última semana, a questão dos preços dos alimentos dominou uma reunião ministerial, com Lula cobrando diretamente o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) por soluções concretas. O ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou que o governo pretende implementar um “conjunto de intervenções” para reduzir os preços, incluindo sugestões feitas por associações de supermercados.
Entre as propostas em análise está a adoção do modelo “melhor antes” (consumir preferencialmente antes de) para os prazos de validade. Nesse formato, os produtos podem ser consumidos mesmo após os dados indicados, embora possam perder frescor ou nutrientes. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estima que a medida poderia gerar uma economia de até R$ 3 bilhões ao reduzir o desperdício de alimentos.
Apesar do otimismo em relação à mudança, uma parte do governo se mostra cética e busca alternativas. O Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, discute a possibilidade de tabelar preços mínimos para alimentos agrícolas, estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), como forma de gerenciar estoques e influenciar o mercado com medidas intervencionistas, via controle de preços ou restrição de exportações.
A decisão final sobre as iniciativas deve ser tomada na próxima reunião de ministros, onde serão discutidas as propostas mais viáveis para combater o impacto da inflação nos alimentos e evitar desgaste político para o governo.
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