Real encerra o ano como uma das moedas mais desvalorizadas do mundo
No âmbito doméstico, a queda foi maior desde 2020 e a terceira mais severa desde 2010, superada apenas pela desvalorização de 31,98% em 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff.
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No segundo ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Real mudou significativamente de instabilidade, registrando uma desvalorização de 21,82% em relação ao dólar, de acordo com o índice Ptax, referência para contratos no mercado internacional. Na segunda-feira (30), a moeda americana cerrou o ano cotada a R$ 6,179.
Esse desempenho colocou o Real como a moeda de pior desempenho entre 27 economias avaliadas pela consultoria Elos Ayta, destacando-se vantagens no cenário global.
No âmbito doméstico, a queda foi maior desde 2020 e a terceira mais severa desde 2010, superada apenas pela desvalorização de 31,98% em 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), e de 22,44% em 2020, durante o pico da pandemia de Covid-19 no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Especialistas atribuem o resultado a fatores internos e externos. Globalmente, o fortalecimento do dólar foi impulsionado pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e pelas expectativas geradas com a vitória de Donald Trump, que sinalizaram políticas protecionistas e maior inflação.
No cenário interno, o pacote fiscal apresentou no fim do ano gerou incertezas no mercado, levando à saída de capitais e intensificando a pressão sobre a moeda brasileira.
Einar Rivero, analista da Elos Ayta, afirmou: “O desempenho do Real em 2024 evidencia a volatilidade da economia nacional e a urgência de políticas econômicas consistentes para proporcionar maior previsibilidade e segurança aos agentes financeiros.”
Para 2025, os especialistas acreditam que a recuperação do Real dependerá da implementação de reformas estruturais e de um compromisso sólido com a responsabilidade fiscal, enquanto a estabilidade do ambiente global será crucial para aliviar a pressão sobre a moeda brasileira.
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