Rússia dispara míssil balístico intercontinental contra Ucrânia pela 1ª vez na guerra
Um míssil balístico intercontinental, conhecido pela sigla ICBM, é projetado para alcançar distâncias superiores a 5.600 quilômetros e pode ser equipado com ogivas nucleares.
A Rússia lançou um míssil balístico intercontinental nesta quinta-feira (21), conforme informou a Força Aérea da Ucrânia. O projétil teria sido disparado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, e atingiu a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, localizada a cerca de 1.000 quilômetros do ponto de lançamento.
De acordo com as autoridades ucranianas, o ataque teve como alvo instalações industriais e infraestrutura crítica da cidade. O governador regional, Serhiy Lysak, relatou danos a uma instalação industrial e incêndios em Dnipro. Duas pessoas ficaram feridas.
Um míssil balístico intercontinental, conhecido pela sigla ICBM, é projetado para alcançar distâncias superiores a 5.600 quilômetros e pode ser equipado com ogivas nucleares. Segundo a enciclopédia Britannica, apenas Estados Unidos, Rússia e China possuem este tipo de armamento. Apesar disso, fontes ucranianas informaram que o míssil lançado pela Rússia não continha uma ogiva nuclear.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mencionou a utilização do míssil em um pronunciamento, afirmando que sua velocidade e altitude indicavam capacidades intercontinentais.
Contexto do conflito e escalada de ataques
O uso do ICBM ocorre após a Ucrânia realizar ataques com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, incluindo os modelos ATACMS e Storm Shadow, que possuem alcance de até 300 km. Esses ataques visaram alvos dentro do território russo, movimento que Moscou já havia classificado como uma escalada no conflito.
Além do ICBM, as forças russas lançaram um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro Kh-101, dos quais seis teriam sido interceptados pela defesa aérea ucraniana, segundo informações do Exército de Kiev.
Autoridades internacionais expressaram preocupação com o uso de armamento intercontinental. Andrey Baklitskiy, do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, destacou que, caso confirmado, este seria o primeiro uso militar de um míssil balístico intercontinental em um conflito, algo considerado sem precedentes.
Reações e tensões internacionais
Nas últimas semanas, o conflito na Ucrânia atingiu o marco de 1.000 dias, intensificando tensões globais. O governo russo não confirmou oficialmente o uso do ICBM, e o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou não ter informações sobre o ataque.
A escalada ocorre em meio a mudanças na política nuclear russa. Na terça-feira (19), o presidente Vladimir Putin flexibilizou os parâmetros de uso de armas nucleares, permitindo uma resposta até mesmo a ataques convencionais apoiados por potências nucleares, como os realizados pela Ucrânia.
Enquanto isso, aliados ocidentais da Ucrânia aumentaram o suporte militar, ampliando o fornecimento de armamentos avançados. Em contrapartida, a Rússia reiterou que o uso dessas armas contra seu território é considerado uma provocação direta.
A situação permanece em monitoramento por analistas e autoridades internacionais, que avaliam possíveis desdobramentos e impactos do conflito na segurança global.
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