O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, anunciou novas diretrizes que restringem o uso de banheiros no Capitólio por pessoas transgênero, incluindo a congressista eleita Sarah McBride, do estado de Delaware, a primeira pessoa abertamente trans eleita para o Congresso dos EUA. A decisão ocorre em meio a pressões de parte da bancada republicana e discussões acirradas sobre questões culturais no Legislativo.

A regra determina que os banheiros e vestiários do Capitólio sejam utilizados conforme o sexo biológico dos funcionários e parlamentares. Isso significa que McBride, que assume o cargo em janeiro, deverá usar o banheiro masculino. A medida foi justificada pela deputada republicana Nancy Mace, autora da proposta inicial, que afirmou: "As mulheres merecem espaços exclusivos para mulheres. Não somos contra ninguém, somos a favor das mulheres."

Contexto da decisão

A decisão de Johnson foi anunciada no Dia da Memória Trans, destinado a homenagear vítimas de violência e intolerância contra a população transgênero, o que gerou críticas entre grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+. McBride, por sua vez, minimizou a polêmica e afirmou que sua prioridade é trabalhar pelas famílias de Delaware: "Não estou aqui para brigar por banheiros, mas para focar nas questões que realmente importam."

O líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, classificou a decisão como uma forma de intimidação contra a congressista eleita, questionando as prioridades da maioria republicana: "Estamos realmente usando nosso tempo para isso? Esse é o foco após as eleições?"

Implicações futuras

O Senado, que permanece sob controle democrata até janeiro, não se manifestou sobre a adoção de uma regra semelhante. Entretanto, com o início do novo mandato presidencial e possíveis mudanças no equilíbrio de poder, as diretrizes sobre o uso de banheiros em repartições públicas podem ser ampliadas para outras instituições federais.

A decisão também ocorre no contexto de promessas de campanha do presidente eleito Donald Trump, que incluem medidas como a restrição ao acesso de pessoas transgênero a cuidados de saúde, sua participação nas forças armadas e esportes femininos, além de possíveis alterações em políticas de transição de gênero.

Enquanto as discussões sobre o tema continuam, McBride afirmou que pretende manter o foco em seu trabalho legislativo, evitando distrações que desviem de sua agenda principal.