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São Paulo,21/11/2024

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Vladimir Putin, assinou o decreto dias depois da autorização de Biden para permitir uso de novas armas na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou nesta terça-feira (19) uma nova doutrina que autoriza o uso de armas nucleares.


 Vladimir Putin, assinou o decreto dias depois da autorização de Biden para permitir uso de novas armas na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou nesta terça-feira (19) uma nova doutrina que autoriza o uso de armas nucleares em resposta a ataques convencionais que ameacem a soberania da Federação Russa e de Belarus.

A nova doutrina, que substitui a versão de 2020, permite o uso de armas nucleares caso um ataque convencional inimigo represente uma “ameaça crítica à soberania e/ou integridade territorial” de ambos os países, que formam a União Estatal Rússia-Belarus.

O documento também prevê uma resposta nuclear em caso de “agressão conjunta” de um país sem armamento nuclear, mas com apoio de uma potência nuclear.

“A decisão sobre o uso de armas nucleares é de responsabilidade do presidente da Federação Russa”, declara o documento, referindo-se a Putin, que também exerce o cargo de comandante supremo das Forças Armadas. A doutrina, publicada no portal jurídico do governo russo, amplia a definição de alianças militares que poderiam ser alvo da estratégia de dissuasão nuclear da Rússia.

“Qualquer agressão de um Estado membro de uma coalizão militar (bloco, aliança) contra a Federação Russa e/ou seus aliados é considerada uma agressão da coalizão como um todo”, destacou o documento.

Analistas interpretam essas cláusulas como um aviso direcionado aos Estados Unidos e à Otan, caso decidam intervir diretamente no conflito na Ucrânia.

A Rússia também considera o uso de armas nucleares em resposta a um “ataque massivo” com aeronaves, mísseis de cruzeiro, mísseis hipersônicos, drones e outros dispositivos não tripulados que violem o espaço aéreo russo. Pela primeira vez, o documento menciona explicitamente drones, além de aviões e mísseis hipersônicos, refletindo o papel crescente desses dispositivos em conflitos recentes.

Apesar dessas mudanças, a doutrina reafirma que a Rússia considera suas armas nucleares como “um instrumento de dissuasão” de natureza defensiva, cujo uso é uma “medida extrema e forçada”.

Putin havia anunciado as modificações na doutrina nuclear em setembro, mas promulgou a nova versão exatamente quando o conflito na Ucrânia atinge a marca de 1.000 dias de combate.

O anúncio ocorre também após relatos de que os Estados Unidos teriam autorizado a Ucrânia a empregar mísseis de longo alcance contra alvos em território russo, segundo a imprensa ocidental.




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