Agentes da receita federal são presos pela PF acusados de desviar mercadorias apreendidas
Entre os detidos estão um auditor fiscal, três analistas tributários, um quinto servidor da Receita Federal, quatro empresários e um policial militar.
A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente, na manhã desta última quarta-feira (6), servidores da Receita Federal e empresários suspeitos de envolvimento em um esquema de contrabando e desvio de mercadorias para revenda no Rio Grande do Sul, com estimativa o grupo teria ganho cerca de R$ 150 milhões. Entre os detidos estão um auditor fiscal, três analistas tributários, um quinto servidor da Receita Federal, quatro empresários e um policial militar, totalizando dez presos até o momento. As prisões ocorreram em Santa Maria e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e em Chapecó, Santa Catarina.
Durante a operação, as autoridades cumpriram mandados em Santa Maria, Pelotas, Lajeado, Braga e Santo Augusto (RS), além de Chapecó (SC). No total, foram executados nove mandados de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão, três de busca pessoal e 12 medidas cautelares. Bens dos investigados foram sequestrados, incluindo 22 imóveis, 24 veículos e contas bancárias bloqueadas no valor de aproximadamente R$ 37 milhões.
Entre os itens desviados e revendidos, estavam vinhos, eletrônicos, joias, perfumes e armas de fogo. De acordo com a PF, um dos servidores investigados chegou a adquirir dez imóveis com o lucro ilícito, incluindo uma cobertura avaliada em mais de R$ 10 milhões em uma praia do Nordeste, além de veículos de luxo.
A investigação teve início em 2023 após a Receita Federal identificar divergências entre o volume de operações e a quantidade de mercadorias apreendidas. Segundo a PF, o grupo de servidores utilizava os cargos para desviar itens de alto valor durante operações de fiscalização. "A Corregedoria da Receita foi informada sobre possíveis desvios de mercadorias valiosas, como celulares, joias e bebidas de luxo", afirmou Christiano Paes Leme, auditor-fiscal da Corregedoria da Receita Federal.
As mercadorias eram vendidas por particulares que repassavam os valores aos servidores públicos em comissões, informou a PF. Esses particulares, parceiros no esquema, já possuíam antecedentes por contrabando e descaminho, além de diversas autuações pelo próprio órgão fiscal.
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