A Justiça do Rio de Janeiro decidiu estender por mais cinco dias as prisões temporárias de quatro pessoas envolvidas na investigação relacionada ao laboratório PCS Lab Saleme. Entre os detidos estão Walter Vieira, um dos sócios da empresa, e os técnicos Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos. A operação foi desencadeada após denúncias de que seis pacientes transplantados contraíram HIV devido a falhas nos testes de doadores, responsabilidade do laboratório, que recebeu R$ 11 milhões da Fundação Saúde.

As apurações revelaram que houve uma falha significativa no controle de qualidade dos testes, que teria sido motivada por uma tentativa de redução de custos. Após a confirmação dos casos de infecção por HIV, o laboratório foi interditado e o contrato com a Fundação Saúde foi suspenso. Cleber de Oliveira Santos foi detido no Aeroporto Internacional do Galeão, sob a suspeita de não ter realizado as devidas verificações nos equipamentos utilizados para os testes de HIV.

Jacqueline Iris de Assis se apresentou à polícia e está sendo investigada por sua assinatura em laudos de exames. Walter Vieira e Ivanildo Fernandes foram presos durante a operação policial. As investigações estão sendo conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que também estão analisando a contratação emergencial do laboratório. Walter Vieira, em sua defesa, negou a existência de qualquer esquema criminoso e ressaltou que a empresa tem mais de 50 anos de atuação no setor. Por sua vez, Dr. Luizinho, ex-secretário de Saúde e atual deputado federal, afirmou que não teve participação na escolha do laboratório em questão. As investigações continuam, e novas informações podem surgir à medida que os órgãos competentes aprofundam suas análises sobre o caso.