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São Paulo,19/09/2024

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Mais Emprego, Menos Trabalho: Como os Benefícios Sociais Sustentam a Renda no Brasil

De acordo com o levantamento, a contribuição do trabalho na renda domiciliar diminuiu, passando de 75,3% em 2021 para 74,2% em 2023.


Mais Emprego, Menos Trabalho: Como os Benefícios Sociais Sustentam a Renda no Brasil

O aumento da participação em programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), na renda dos domicílios brasileiros, continuou a crescer, mesmo com a expansão do mercado de trabalho. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, vinculado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o levantamento, a contribuição do trabalho na renda domiciliar diminuiu, passando de 75,3% em 2021 para 74,2% em 2023. Em contrapartida, a parcela da renda proveniente de benefícios sociais aumentou de 2,6% para 3,7%.

Esse crescimento no peso das transferências de renda ocorreu durante uma fase de queda no desemprego, que atingiu 7,8% no final de 2023, o menor índice desde 2014, de acordo com o IBGE. Essa queda continuou no primeiro semestre de 2024, quando a taxa fechou em 6,9%. Paralelamente, o emprego formal com carteira assinada alcançou o maior nível da série histórica do IBGE no final de 2023.

Aumento da participação de Bolsa Família e BPC no Nordeste

Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos, ressalta que o aumento da participação dos benefícios sociais foi mais acentuado no Nordeste, destacando-se entre as grandes regiões do país. No Nordeste, a fatia de programas como Bolsa Família e BPC na renda familiar subiu de 6,1% em 2021 para 9,7% em 2023.

Para os indivíduos em extrema pobreza na região, esses programas sociais representaram 78,8% da renda domiciliar per capita no ano passado. Um levantamento anterior da FGV mostrou que, com o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 em 2022, seguido pelo retorno do Bolsa Família e a criação de outros dois benefícios, a extrema pobreza no Brasil caiu de 19,2 milhões de pessoas em 2021 para 9,5 milhões em 2023, com a maior redução ocorrendo no Nordeste, onde 4,8 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza, metade do total nacional.

Ataliba, que também é professor na Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que fatores demográficos, educacionais e regionais influenciam o perfil da população em extrema pobreza. Ele afirma que "a análise evidencia a persistência de desigualdades estruturais que afetam de maneira desproporcional mulheres, pessoas negras ou pardas e moradores de áreas rurais, especialmente no Nordeste".




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