O X (antigo Twitter) pode ser suspenso por tempo indeterminado no Brasil. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu um ultimato nesta quarta-feira (28), exigindo que a empresa informe seu representante legal no país, sob pena de ter suas atividades suspensas.

Entretanto, o X já encerrou seu escritório no Brasil há cerca de duas semanas para evitar a prisão de seu representante legal por ordens de Moraes.

A intimação foi realizada por meio de uma postagem no próprio X, o que gerou questionamentos entre juristas sobre a validade do ato, pois o Código de Processo Penal não prevê essa forma de notificação. Além disso, o documento foi direcionado erroneamente a Elon Musk, quando a CEO do X é Linda Yaccarino.

O documento exige que Musk informe o "nome e qualificação do novo representante da X Brasil em território nacional". Essa intimação, recebida com ironia por Musk, é o mais recente capítulo de um embate público que se intensificou nos últimos cinco meses.

O conflito entre Moraes e Musk ganhou força em abril, quando a rede social revelou os "Twitter Files", documentos que expõem tentativas do TSE de violar o Marco Civil da Internet e direitos constitucionais de brasileiros. Os documentos foram divulgados pelo jornalista americano Michael Shellenberger, em colaboração com a Gazeta do Povo.

Em 6 de abril, Musk questionou Moraes no Twitter, perguntando: "Por que você exige tanta censura no Brasil?". Ele acusou o ministro de arbitrariedade ao ordenar a remoção de publicações, multas e bloqueios de perfis.

Musk também ameaçou desbloquear contas de brasileiros censurados e comparou Moraes a "Darth Vader do Brasil", o vilão da saga Star Wars. Moraes reagiu, colocando Musk sob investigação e estabelecendo uma multa diária de R$ 100 mil para cada perfil desbloqueado em desacordo com decisões judiciais.

Essas declarações levantaram especulações sobre uma possível suspensão do X por ordem do Judiciário, algo similar ao bloqueio temporário do Telegram no Brasil em 2022.

O X já foi ou está bloqueado em mais de sete países, incluindo Coreia do Norte, China, Irã, Vietnã, Rússia, Turquia e Turcomenistão. Cada um desses países impôs restrições severas às redes sociais, variando de bloqueios temporários a censura total, dependendo do contexto político.