Embaixadora da Nicarágua expulsa do Brasil é nomeada ministra
A crise diplomática entre Brasil e Nicarágua culminou na expulsão dos embaixadores dos dois países.
Fulvia Castro, que foi recentemente expulsa pelo governo brasileiro como retaliação à expulsão do embaixador brasileiro em Manágua, foi nomeada Ministra de Economia Familiar no governo de Daniel Ortega, segundo o governo nicaraguense. A ex-embaixadora, que estava à frente da diplomacia da Nicarágua no Brasil por apenas três meses, foi anunciada para o novo cargo pela vice-presidente Rosario Murillo, esposa de Ortega.
A crise diplomática entre Brasil e Nicarágua culminou na expulsão dos embaixadores dos dois países. Na quarta-feira (7), o governo nicaraguense ordenou a expulsão de Breno Souza da Costa, embaixador brasileiro em Manágua, como retaliação pela ausência do diplomata na celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista. O Itamaraty justificou a ausência como parte do congelamento das relações entre os dois países, iniciado em abril, devido à prisão de padres e bispos na Nicarágua, incluindo o bispo Rolando Álvarez, cuja libertação foi solicitada pelo Vaticano e apoiada pelo Brasil.
A expulsão de Castro por parte do Brasil e a resposta da Nicarágua marcam uma deterioração significativa nas relações entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Daniel Ortega, antigos aliados. Desde 2022, o governo de Ortega tem intensificado uma campanha contra a Igreja Católica no país, prendendo clérigos e confiscando propriedades religiosas. A tentativa fracassada do Brasil de mediar uma solução entre o Vaticano e Manágua aprofundou ainda mais o distanciamento entre os dois países.
Ortega, há 17 anos no poder, é frequentemente acusado de governar de forma autocrática e de nepotismo, com vários parentes ocupando cargos importantes no governo, incluindo sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente. Desde 2021, Ortega governa sob um quarto mandato consecutivo, em eleições consideradas nem livres nem justas pela comunidade internacional.
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