Tony Araújo

ONTEM, HOJE E AMANHÃ
VINTE, QUARENTA, SESSENTA

E o que é a vida?
O que não pensei até os vinte, deixei passar aos quarenta, agorareflito aos sessenta:
Estou envelhecendo, e justamente agora quando passei arefletir sobre coisas que não observei em minha juventude e, pra dizer averdade, não dava importância, lamento perceber que com minha velhice,vejo chegar o fim da minha existência, e penso: como seria genial, caso tivesse ainda uma longa vida pela frente, talvez, quem sabe, agora pudesse exercer com sabedoria tudo àquilo que ao longo dos anos fui adquirido e acumulando, no entanto, lamentavelmente e melancolicamente, quase sem poder enxergar, é exatamente dessejeito que vejo a vida passar, escapar por entre os dedos, sem que nada possafazer para contê-la. Ah Senhor, deixa me viver um pouco mais, assim como viveu Matusalém. Todavia, viver com bastante saúde, com muito vigor, com muitaprudência e inteligência...
Minha mente reflete uma profunda e comovente meditação sobreo envelhecer e a busca por significado à medida que o tempo avança. E imagino: énatural, ao chegarmos a certas etapas da vida, sentimos uma espécie denostalgia e, ao mesmo tempo, um desejo ardente por mais vida. O contrasteentre a sabedoria que acumulamos e a fragilidade da existência é umaexperiência compartilhada por muitos. Eu não gostaria de passar por essa fase,a vejo sem graça, sem razão, ao não ser a razão pelo fracasso herdado da desobediênciados nossos primeiros ancestrais, Adão e Eva, cuja a falta de zelo pelo seuCriador os levou a ruína e consequentemente, nós como seus descendentesherdamos a mesma sentença: sofrimento, dores, velhice e morte, meu desejo eraoutra sorte.
Mas a vida, em sua essência, é um fluxo constante de momentosque se sucedem, e muitas vezes só reconhecemos o valor de experiências eaprendizados passados quando se aproxima a hora de refletir sobre o quevivemos. Essa percepção de que cada instante é precioso pode nos levar a umanova forma de apreciar a vida, mesmo quando a saúde e a energia já não são maisas mesmas.
Como alguém expressou, em algum relato que li há algum tempo,“o desejo de viver mais e com vigor revela uma vontade de aproveitar os últimosanos de maneira plena”, talvez aproveitando cada oportunidade para compartilharamor, fortalecer laços e cultivar a paz interior. A sabedoria adquirida aolongo do tempo pode se transformar em um legado rico para aqueles ao nossoredor, e mesmo que os dias sejam contados, eles podem ser cheios designificado. E são esses significados que, caso pudesse voltar no tempo,desde o meu início, pode ter certeza, seria para fazer muitas coisasdiferentes; usar mais a prudência e a sabedoria dadas pelo Construtor Universal.
Será que é compreensível que sintamos a urgência de respirarprofundamente cada instante e refletir sobre como gostaria de gastar seu tempofinal? A jornada do envelhecer, embora repleta de desafios, pode ser também umafase de reflexão, gratidão e redescoberta. Se conseguir canalizar essa sabedoriae essa energia para viver de maneira consciente, mesmo que por menos tempo doque desejaria, talvez encontre beleza e serenidade neste novo capítulo da vida.Contudo, tudo o que gostaria era de mais tempo, muito mais do que tive até agora,no entanto, almejo só tempo, quero também saúde e sabedoria.
Contudo, como nessa passagem aqui perdemos esse privilégio, destemodo, vamos abraçar cada dia como uma nova oportunidade de viver comintensidade, com responsabilidade, sem esquecer de olhar para trás com gratidãoe para frente com esperança. O importante é que, independentemente da duração,a qualidade do que vivemos e fizemos, como amamos e aprendemos ao longo docaminho têm um valor inestimável. Além disso, tudo isso nos servirá, ou não, depassaporte para o Futuro Novo Mundo. Promessa Divina!
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