Sky Moura

Dia Internacional da Mulher: estudo revela que a participação feminina na arrecadação de direitos autorais na música ainda precisa avançar no Brasil.
Dia Internacional da Mulher: estudo revela que a participação feminina na arrecadação de direitos autorais na música ainda precisa avançar no Brasil.

Neste sábado (8), Dia Internacional da Mulher, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) divulgou a nova edição de seu relatório Mulheres na Música, um panorama sobre a presença feminina no mercado da execução pública de músicas no Brasil no ano de 2024. E as notícias não são animadoras: do valor total distribuído de R$ 1,5 bi para as pessoas físicas no ano, apenas 8% foram destinados às titulares do gênero feminino. Ou seja, cerca de R$ 75 milhões.
No entanto, o estudo mostra que o valor distribuído em 2024 foi maior do que o do ano anterior, o que representa um aumento de 15,8% em comparação com o de 2023.
Já considerando as 20 músicas mais tocadas em shows no ano passado, não foi registrada nenhuma composta por ou com participação de mulheres – em 2023 havia cinco músicas e em 2022, três músicas. A primeira representante do gênero feminino só aparece na 21ª posição, MC Danny, com “Tu tava na revoada”.
Considerando as 100 músicas mais tocadas em shows no ano passado, 16 canções possuem titulares do gênero feminino em sua autoria. Ou seja, apenas 16% das músicas do ranking contam com mulheres na autoria. As compositoras MC Danny e Márcia Araújo aparecem em duas músicas cada e o ranking todo conta com apenas 15 mulheres.
Talvez seja uma coisa da nossa cultura mesmo, algo em que a gente ainda precisa avançar bastante.
Na música, certamente tem muito para avançar, acho que tem várias coisas que poderiam ajudar, reconhece Isabel Amorim, superintendente do Ecad. Por exemplo, a gente tem o SESC, é um grande fomentador de novos artistas. Eles têm centenas de shows por mês, e shows pequenos, onde a turma realmente começa. E eu fiquei pensando, quem poderia ter um line-up com metade de artistas mulheres.
Isabel reconhece que a morte de Marília Mendonça em 2021 que além de intérprete, era compositora teve um impacto grande na presença feminina entre a arrecadação de direitos autorais no país.
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