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São Paulo,06/03/2025

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Rosivaldo Casant

À PROCURA DE EDITOR

Será que o nosso problema é o sobrenome, Jô? Santos? Daí, pensei em tentar R. C. Amado. O que pensaria Jorge? Com seu recente sucesso nas letras (inclusive na Companhia das Letras), que tal R. C. Soares? Não! Também não creio que pudesse dar certo.

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À PROCURA DE EDITOR Programa do Jô

À PROCURA DE EDITOR


Escrevi o texto que segue abaixo em meados dos anos 1990, época em que passamos a desfrutar com mais intensidade o apartamento da sogra, gastando longas horas do dia virando sob o sol como carne numa máquina de churrasco grego. Éramos jovens e desprezávamos os alertas de que tanta exposição poderia nos trazer algum mal futuro. Graças a Deus, nunca sofremos danos à saúde, recebendo só os benefícios que a vida ao ar livre traz. Com o tempo fomos diminuindo a frequência à praia e ficando mais no apartamento. A coisa ruim dessa mudança de hábito foi que deixei de ouvir e testemunhar mais e boas histórias para contar aos meus amigos.  Uma das tantas que colecionei desse tempo é a que nos contou uma senhora, funcionária do SBT à época e que descobrimos ter em comum um colega de trabalho, cenógrafo, que era meu conhecido de infância na Zona Leste de São Paulo. Feliz coincidência, mas vamos à história. Um amigo dela foi ao show de um celebradíssimo artista brasileiro e teve uma experiência em que pode ver sair do teatro um rapaz que o artista havia citado o nome inúmeras vezes, sendo reconhecido por todos que estavam indo embora. Segue a reprodução da crônica que redigi para a 14ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, na Antologia de Contos e Crônicas, da Editora Scortecci, obviamente, atualizada. 

Jô, meu nome é Rosivaldo Casant.

Uma amiga me contou que um amigo foi assistir ao seu show no Cultura Artística. Havia muito queria ver suas tão propaladas performances humorísticas nos palcos. Sou seu fã, mas não me comparo àquele camarada, que o tem como a inteligência mais brilhante da televisão brasileira. Curtiu, junto com os que o acompanhavam, cada momento da apresentação. Foi o que me relatou a amiga.

Deu muitas risadas das piadas e das tiradas inteligentes, fruto do raciocínio rápido pelo qual você é tão conhecido. Num certo momento, ele contou que você disse que para fazer alguém famoso era só repetir o nome dessa pessoa diversas vezes ao longo de uma palestra; o que você fez com um “ungido” da plateia durante todo o espetáculo. Achei interessantíssima essa sua ideia, tanto que vou aplicá-la de forma reversa. Creio que você não se importará.

Jô, não se esqueça, meu nome é Rosivaldo Casant.

Que me perdoe o Dr. Enéas* por parte do bordão emprestado, mas, Jô, o “meu nome é” Rosivaldo Casant.

Sou professor e escritor e venho participando de antologias de poesias e crônicas da Editora Scortecci, sob o pseudônimo R. C. Santos. Publiquei também um romance infanto-juvenil chamado Operação Praia Grande, pela Editora Casa do Novo Autor, já com pseudônimo refeito, que, gostaria muito, ficasse bastante conhecido, qual seja, Rosivaldo Casant

Certa vez, deixei uma relação de projetos literários numa editora, ali na Rua Tu... (ia escapando!) e deixei um disco em que apareço como autor e que ajudei a produzir para o Lu..., dono da editora. Meses depois, recebi uma carta da editora, revelando desinteresse por meu trabalho e devolvendo meus “originais”. Que originais? Não só não eram meus, como pertenciam a uma “escritora” (erro de autor e, digamos, de gênero, nada que fosse um problema). Em comum entre nós, o sobrenome: éramos homosobrenônimos: Santos. E, ainda de comum, a rejeição de nossos trabalhos; sendo que ela chegou a enviar os originais de uma obra e eu apenas uma relação de nomes de alguns projetos de livros, dos quais tinha algumas sinopses. Será que o nosso problema é o sobrenome, Jô? Santos? Daí, pensei em tentar R. C. Amado. O que pensaria Jorge? Com seu recente sucesso nas letras (inclusive na Companhia das Letras), que tal R. C. Soares? Não! Também não creio que pudesse dar certo. Quero usar meu próprio nome: Rosivaldo Casant.

Aguardei durante muito tempo receber o apoio cultural da prefeitura de onde moro para lançar meu livro solo Operação Praia Grande numa Bienal do Livro de São Paulo de alguns anos atrás, mas não obtive êxito. Então, com o patrocínio de uma grande amiga (que entre nós já não mais está), eu o publiquei em 2004, colocando no cenário literário brasileiro, o primeiro livro de Rosivaldo Casant.

Não se pode ficar aguardando, passivamente, uma “Porta da Esperança” se abrir para pedir que se realize qualquer sonho que seja, o que se dirá, então, da publicação de um livro; e este sendo de Rosivaldo Casant!

Jô, um abraço deste, até aqui um total desconhecido seu, Rosivaldo Casant.


Jô Soares transitou pelas diversas artes. Eu o admiro desde menino. Mesmo com todas as rabugices atribuídas a ele, ainda assim eu gostaria de ter tido a oportunidade de bater altos papos com ele. Em 2004, estive no Programa do Jô duas vezes, com meus alunos da faculdade; e, numa das vezes, uma câmera foi aproximada de mim pela grua e ele falou comigo rapidamente, o suficiente para ser reconhecido por um garotinho no supermercado no dia seguinte.  Sua teoria, de fato, funcionou.

*Dr. Enéas Ferreira Carneiro, médico e político brasileiro nos anos 1980, 1990 e 2000, que usava o bordão “Meu nome é Enéas!”, na propagando política, principalmente porque seu tempo era exíguo.



COMENTÁRIOS

E eu que já tentei diversos sobrenomes mas não consegui ainda um para substituir o "Ferreira " do Francisco.

Lute pelos seus sonhos. Hoje está mais fácil. É só criar um canal das crônicas. Não sei o que vc precisa fazer, mas com certeza pode organiza-las.

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