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São Paulo,20/01/2025

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Rosivaldo Casant

ISRAEL: TERRORISMO E SEGURANÇA

O que pode maquinar a mente de quem vive de pôr no papel suas impressões sobre o que ocorre em seu derredor. E o entorno em uma Bienal do Livro não é para amadores

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ISRAEL: TERRORISMO E SEGURANÇA Bienal - Ibirapuera

ISRAEL: TERRORISMO E SEGURANÇA


O cronista, além de ser um produtor de literatura, é, também e por isso mesmo, um atento observador de pessoas, situações, circunstâncias, gestos, fisionomias, compleição física, atitudes, olhares, tentando desvendar o que estaria ou está por trás de pequenos e quase imperceptíveis detalhes. É importante que lembremos essas questões importantes para que possamos imaginar o que pode maquinar a mente de quem vive de pôr no papel suas impressões sobre o que ocorre em seu derredor. E o entorno em uma Bienal do Livro não é para amadores.

Depois de passarmos pelos estandes de várias editoras, resolvemos seguir para o terceiro andar e nos deparamos com interessantes trabalhos gráficos estrangeiros. Comparamos tudo com o que é produzido em território nacional e não restou dúvidas de que estamos chegando lá!

Vira aqui, vira ali, e encontramos o estande de Israel; sim, porque vários países mostravam de forma mais específica o seu desenvolvimento na produção de livros. Os painéis luminosos chamavam a atenção com cópias das Escrituras Sagradas, encontradas em cavernas próximas ao Mar Morto. Como não pensar no avanço do processo editorial, considerando documentos seculares e tão rústicos como aqueles e sua ressignificação para o estudo da religião cristã.

As recepcionistas pareciam ser funcionárias permanentes da embaixada daquele país e isso não exigia muito esforço, considerando que eram de pele bem clarinha, altas e esguias; bem diferentes das funcionárias dos demais países ali representados, fazendo parecer que são brasileiras contratadas somente para aquele evento. Esse não é um apontamento de discriminação, senão que um ponto relevante que justifica a escrita desta crônica.

 A observação dos traços das moças que nos recebiam e desfiavam o rosário de informações concernentes às publicações literárias de seu país, chocou-se com a figura do segurança, que olhava discreta, mas atentamente, para todos que adentravam ao recinto. Nos seguramos para não dar vexame diante da figura de tamanho contraste. Não nos atenhamos à palavra “tamanho”, mas, a “contraste”. Baixo, moreno, pescoço muito curto e uma expressão facial que revelava a convicção de ser uma pincelada acidental naquela paisagem israelense; era um legítimo habitante de Piancó; eu não disse Jericó, “Cidade das Palmeiras”, no vale do rio Jordão, hoje na Cisjordânia, a vinte e cinco quilômetros de Jerusalém. Piancó fica na Paraíba, estado em que fui concebido, embora viesse a nascer em São Paulo; e como ensina a máxima: “gato que nasce no forno não é pão”, não nego, jamais, que sou um paraíba.

Conversamos sobre a situação extremamente sensível em que o mundo todo vivera recentemente, chegamos a imaginar que, com os vários atentados, com muitas mortes de judeus em Buenos Aires e Londres, o segurança ali posto, com características tão nossas, brasileiras, era para despistar, ou, quero acreditar mais nessa ilação, para intimidar possíveis terroristas, pois “ninguém tira farinha com um paraíba”.

Ao recordar essa peculiaridade da visita à Bienal do Livro, dos velhos tempos no Ibirapuera, espero não ser eu a estar aterrorizando a vida daquele conterrâneo. Não há escárnio algum; há, sim, uma pitada de humor que a verve nordestina me permite. Nos lembramos de muitas coisas da visita desse dia, onde prospectamos riquezas literárias infindáveis e, não de menor valor, a inesquecível e destacada imagem daquele insigne brasileiro, que representa os seus conterrâneos do Nordeste brasileiro e tantos outros de todas as demais regiões do país estabelecidos na outrora “terra da garoa” para torná-la rica e próspera.

Ali, naquele pequeno território do estande de Israel havia a mais completa segurança para que pudéssemos absorver um pouco da cultura daquele país do Oriente Médio, sem qualquer insinuação de terrorismo. Predominava a cultura da paz e o terror era saber que muita gente ainda é avessa aos livros, à boa leitura, a aprender, a ser melhor, pois “quem lê, vale mais”.



COMENTÁRIOS

A natureza foi fantástica e continua sendo fantástica.Quem sobrevive nela? Quais as características do ser humano que fazem ele permanecer mais na terra?Qual religião? Que grau de instrução?E que qualidade de vida cada um tem?Ah! A perspicácia, a malícia para viver no social, no isolamento, no mar......Enfim. Sobreviva como puder.

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