Pra ser sincero, pois é disso que se trata; estou um pouco sem paciência, com esse pessoal do Mundo Trump, esse monte de bajuladores do Império que, às vezes, se apresentam como liberais e perseguidos pelo regime do Xandão.

Será que não dá pra ser liberal sem ter que seguir um “líder?

Pois seja nos USA, no Brasil ou na Cochinchina, a natureza de todos os governantes e dos governos é sempre a mesma, ou seja, para os que não entenderam ainda, aquilo que qualquer estudante sério de história deveria se dar conta: 

todos os governos são controladores por natureza, quanto mais controle eles têm, mais desejam e mais buscam, seu objetivo é o controle total.

E hoje isso é público e notório seja na Europa, Austrália, ou na América canadense e americana, eles querem o domínio absoluto.

 É impossível que gente tão sabida não perceba que os governos e seus líderes não produzem nada. Que em nenhum momento buscam o bem do povo, apenas o seu sucesso pessoal, sempre medido por quanto podem extrair do seu povo.

Não importa que se chame Trump, Putin, Xi Jin Ping, Lula ou Bolsonaro.

Em raras ocasiões na história o povo alcançou algum benefício, podemos citar a Carta Magna britânica ou a Declaração de Independência americana, mas mesmo nesses momentos isso durou muito pouco, pois os “líderes” e seus governos, pouco a pouco vão subtraindo direitos dos cidadãos, pois é sempre a mesma coisa, os governos sempre visam o domínio total.

Façamos um exercício e imaginemos que, a Rússia e a China são estados totalitários, como nos dizem os “babadores” do Mundo Trump. E que de algum modo levem razão ao dizer que têm seus cidadãos abduzidos e sem direitos.

E agora prestemos atenção às declarações do Trump depois de ser eleito, referindo-se ao Canal do Panamá: "as taxas cobradas pelo Panamá são muito elevadas, especialmente considerando a extraordinária GENEROSIDADE que os Estados Unidos CONCEDERAM a ele", escreveu Trump. "Este 'golpe' ao nosso país cessará imediatamente."

E segue: "O Canal do Panamá é um ativo nacional VITAL para os Estados Unidos, por seu papel crítico para a economia e a segurança nacional", escreveu Trump, acrescentando que, "se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido para nós, em sua totalidade e sem perguntas".

E termina com chave de ouro: “autoridades do Panamá, por favor, comportem-se adequadamente!”

Pelo menos ele usou as palavras mágicas, “por favor”. 

Agora, busquem declarações semelhantes na boca de algum desses ditadores que citei antes.

E quero deixar claro que considero, a todos, farinha do mesmo saco e gostaria que entendêssemos que o que vemos é uma guerra. 

O caso é que eles estão combatendo o Império de acordo com as armas que esse Império utiliza, às vezes reagem com violência se tentam intimidá-los e outras vezes usam o comércio onde o Império usou armas e sanções econômicas.

 No caso que nos ocupa aqui, o Canal do Panamá, o que mais incomoda o Império é que, enquanto os queridos e bondosos imperadores estiveram, por trinta anos, distribuindo democracia no Oriente Médio a golpe de bombas. 

 A China dedicou-se a construir dois dos cinco portos que há ao redor do Canal do Panamá e nesse momento está em negociações com a Nicarágua para construir um novo canal, mais moderno, mais largo e mais profundo. Que poderá acolher os novos transportadores muito maiores.

Isso é o que sempre digo, o Império tem uma política internacional que se rege de modo independente do presidente que ocupe o trono em Washington. E não importa quem pleiteie o poder, todos seguem a mesma doutrina, tanto é assim que o Tony Stark da vida real, o senhor Elon Musk, assina embaixo das declarações do Trump.

É realmente asqueroso que essas pessoas se creiam proprietários do mundo.

Mas voltemos aos nossos valorosos brasileiros que defendem, a capa e espada, o Mundo Trump.

Eu me pergunto, porque eles não buscam dentro da América, essa que é feita pelos americanos comuns, um exemplo de cidadania que mereça ser seguido?

 E como sei que não vão trazer nenhum, pois estão apaixonados pelo seu Ídolo de pés de barro e só podem ver qualidades nele, gostaria de citar um exemplo desses, que se passou há mais de trinta anos e que agora ressurge. 

E permitam que traga um trecho de um artigo de uma publicação  americana:

 "Em 1979-1980, a cidade de Nova York estava sofrendo uma onda crescente de crimes.    Durante o mesmo período, o governo federal aprovou a Lei dos Refugiados, que trouxe 125.000 cubanos aos Estados Unidos. Um grande número desses “refugiados” eram criminosos das prisões cubanas, libertados por Fidel Castro e enviados para a Flórida para aliviar o sistema penitenciário cubano. 

Muitos desses criminosos violentos acabaram em Nova York, onde o sistema de imigração dos EUA os recebeu de braços abertos.

Os moradores da cidade foram atingidos por uma onda de crimes devastadora e, em 1980, o estado de Nova York e a cidade de Nova York aprovaram leis rígidas sobre armas, tornando quase impossível para os cidadãos cumpridores da lei portarem armas e se proteger. Os metrôs de Nova York, em particular, eram considerados muito perigosos.

 E as autoridades municipais diziam que eram as pessoas que estavam usando o metrô "na hora errada do dia".

Quando o governo estadual controlado pelos democratas desarmou a população e se recusou a fornecer-lhes proteção prática, as pessoas resolveram o problema com as próprias mãos e formaram grupos de segurança cidadã. 

O mais famoso desses grupos foi o Guardian Angels. A organização se propôs a treinar nova-iorquinos comuns para autodefesa corpo a corpo e dissuasão de crimes violentos, especialmente no metrô e no Central Park.

Os Anjos da Guarda operaram em Nova York por anos e se mostraram eficazes na prevenção do crime e na intervenção para impedir os crimes em andamento. E como não portavam armas, o governo da cidade tolerou amplamente sua presença. 

Suas operações terminaram no final dos anos 1990 e ressurgiram brevemente em 2020. Seu fundador, Curtis Sliwa, diz acreditar que os Anjos da Guarda serão necessários novamente em 2025.”

 O Brasil vive hoje uma situação muito parecida, mas dá pra imaginar isso, aí no Brasil? 

Infelizmente a resposta é não e eu não quero estender-me em considerações culturais, que são infrutíferas e não levam a nada.

Pois somos um outro povo, mas seguimos sendo humanos e promover essa união entre a população, em prol de si mesma, parece-me algo muito mais relevante, que ficar batendo palmas até quando o Imperador solta um peido.