Tébaro Schmidt

Após 34 partidas à frente do clube — três após a demissão de Ramon e 31 desde a saída de Álvaro Pacheco —, o jovem técnico foi desligado. É preciso reconhecer que, considerando o início desastroso de temporada, chegar à 36ª rodada com poucas chances de rebaixamento já é, por si só, um grande feito.  

Paiva conseguiu dar forma a um time competitivo. Enquanto contou com Adson e David, o Vasco conseguia se impor tanto em casa quanto fora. No entanto, após as lesões desses jogadores fundamentais, o desempenho ofensivo despencou, expondo ainda mais um sistema defensivo já frágil. Isso resultou em uma equipe constantemente pressionada durante quase todas as partidas.  

O fato de o elenco, com mais de 30 atletas, não contar com pelo menos dois substitutos à altura de Adson e David evidencia claramente os maiores culpados pela má fase do Vasco: a direção do clube.  

A gestão, que no meio do ano trouxe Coutinho, Emerson Rodríguez, Souza, Alex Teixeira, Jean David e Maxime Rodríguez, deixou a desejar em termos de planejamento e escolhas. Coutinho enfrenta problemas físicos constantes; Emerson Rodríguez tem enormes dificuldades em tomar decisões; Alex Teixeira e Souza, por sua vez, são casos sem comentários. Jean David carece de preparo físico adequado para competir em um futebol como o brasileiro, e Maxime teve tão poucas oportunidades que é difícil emitir um julgamento sobre seu desempenho.  

É inegável que Paiva também cometeu erros nesta sequência de derrotas. A insistência em utilizar o limitado Pablo Galdames e a manutenção de um esquema tático baseado em pontas, mesmo sem contar com opções confiáveis, foram decisões equivocadas.  

No fim, a conta sobrou para o treinador. Ele pagou por suas escolhas falhas, mas, sobretudo, pelo trabalho vergonhoso da gestão comandada por Pedrinho e Marcelo Sant'Ana.