Luan Jasper
Cruzeiro inicia mal, é castigado e perde o título.
O Brasil é vice novamente na Copa Sul-Americana.
Antes de falar sobre o jogo, é importante destacar a péssima arbitragem do uruguaio Esteban Ostojich. Ele deixou de marcar um pênalti claro de Di Cesare em Kaio Jorge e deu apenas cinco minutos de acréscimos no segundo tempo, mesmo com a enorme cera do Racing.
Dito isso, os cruzeirenses que acompanham esta coluna lembrarão do que escrevi após Cruzeiro x Flamengo: Walace e Romero juntos simplesmente não funcionam. Os laterais ficam expostos, Matheus Pereira joga distante do gol, e ainda assim Fernando Diniz insistiu na mesma formação que vinha utilizando. O resultado apareceu rapidamente. Em 20 minutos do primeiro tempo, o Racing já vencia por 2 a 0 e ainda teve um gol anulado.
O futebol é contexto: quando um atleta é colocado em uma situação desfavorável, a chance de não render é enorme. Foi o caso de Walace, volante conhecido por ser um exímio ladrão de bolas em equipes que têm menos posse. No Cruzeiro, porém, ele é escalado para construir jogadas com passes curtos, uma função totalmente diferente do seu habitual.
O primeiro gol do Racing surgiu de um passe errado de Walace. Martirena tentou cruzar e acabou encobrindo Cássio, que falhou nos dois primeiros gols do time argentino. O segundo gol veio de um lançamento do campo defensivo, que encontrou Maximiliano Salas nas costas de William. Salas chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro. Cássio hesitou e recolheu o braço, permitindo que Adrian Martínez completasse.
Depois disso, o Racing recuou as linhas e passou a explorar os erros do Cruzeiro. Aos 30 minutos, Fernando Diniz substituiu Walace por Lucas Silva, tentando melhorar a construção de jogadas. pois, o volante ideal para organizar a saída de bola, vem sendo improvisado como ponta.
O Cruzeiro passou a ter mais posse e marcou seu gol no início do segundo tempo. Em uma linda jogada individual, Matheus Henrique (pelo centro, e não pela ponta) tabelou com Matheus Pereira e cruzou. Após o rebote do goleiro, Kaio Jorge completou para as redes.
Matheus Pereira, porém, teve mais uma atuação apagada. No primeiro semestre, ele brilhou jogando como um falso nove, próximo ao gol, com liberdade para flutuar no último terço do campo e acionando pontas de origem. Agora, atua isolado e longe da área. Apesar do contexto desfavorável, a falta de intensidade do camisa 10 é alarmante.
Mesmo com 72% de posse no segundo tempo, o Cruzeiro não foi incisivo e não conseguiu o empate. Nos acréscimos, Roger Martínez selou o placar: 3 a 1 Racing.
Foi uma derrota dolorosa. A torcida esperava ver o time conquistar um título relevante após temporadas difíceis. Agora, a atenção se volta para o futuro de Fernando Diniz, que soma apenas duas vitórias em 11 jogos à frente do Cruzeiro.
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