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São Paulo,21/11/2024

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Sydnei Migli

Assange, Thatcher e a Liga da Justiça.

Agora o mundo conhecerá a paz.


Assange, Thatcher e a Liga da Justiça.

O estrago produzido nas mentes de todo o mundo ocidental pela propaganda dos vitoriosos da 2ª guerra é imenso. E se pode notar a todo momento, basta prestar atenção aos nossos comentaristas ou melhor, nossas cabeças falantes. 

E quando digo comentaristas nunca falo dos maus caráteres que frequentam a Globo, CNN, UOL e os 247 da vida, pois esses estão contaminados por um vírus que os têm por hospedeiros até o dia de suas mortes biológicas, pois a morte cerebral já está decretada.

Falo daqueles com os quais muitos de nós simpatizamos, pois em geral estão sempre penteados e se nota que não têm medo de tomar banho todo dia. Aquele grupo difuso que se poderia intitular de “liberais conservadores”.

Esse grupo, embora não contaminado por um vírus, não consegue ver o mundo sem usar os óculos da propaganda americana. Que nos vendeu, através de Hollywood, uma imagem idílica dos USA. 

Onde não existem heróis mais corajosos que eles, onde até mesmo os Ets os vêm como objetivo principal e claro, que eles sempre vencem até mesmo as ameaças Inter galáticas.

E assim, nossas cabeças falantes nessa ilusão de quadrinho Marvel, festejam o novo gabinete do Trump como se ele estivesse formando a Liga da Justiça, com o Super Homem, o Homem de Ferro, o Capitão América e toda a tropa de super-heróis. Nossos liberais conservadores sabem que são pessoas de carne e osso, mas mesmo assim lhes atribuem superpoderes.

E se ficasse por aí seria o de menos, nos dizem que todo o mundo está sobre aviso e principalmente o Brasil. Porque a Janja ofendeu o Homem de Ferro Musk e o Xandão vai ter seu visto pros “esteites” cancelado pelo Capitão América.

Seria cômico se antes não fosse trágico. Se o mundo fosse um caminhão de mudança, o Brasil seria aquela cadeira velha e com um pé quebrado, que decidiram deixar pra trás.

Não há, pelo menos na minha cabeça, mais espaço pra conceber um mundo onde os políticos, qualquer político, seja transcendente nos destinos do mundo.

Julian Assange em um discurso, citou Margareth Thatcher, relembrando uma fala sua onde afirmava: 

“já não existe a sociedade, o que existe é uma elite transnacional de segurança, que está ocupada repartindo-se o mundo e usando o dinheiro dos impostos dos cidadãos.

Para combater essas elites não devemos fazer petições.

Devemos enfrentá-las. Devemos formar nossas próprias redes de força e valor mútuo que possam desafiar a força dos belicistas deste país e de outros, que formaram uma aliança global para tomar dinheiro de USA, da OTAN e Austrália e branqueá-lo nas guerras do Afeganistão, Iraque, Síria, Somália, Yemen, lavando esse dinheiro com o sangue das pessoas”.

Enquanto isso, nossos analistas seguem babando no Trump e nos USA. E não se trata aqui de escolher um lado, pois como disse antes não tem um que preste e estão todos a serviço de outros.

No entanto, independente de lados, não se pode negar uma realidade, toda essa parafernália bélica que passeia pelo mundo, matando gente por atacado, tem uma origem.

Senão vejamos alguns números:

 no Japão e na ilha de Okinawa existem 100 mil soldados americanos,

 na Alemanha, quase 80 anos depois da morte de Hitler existem 50 mil soldados americanos.

 A OTAN que ao final da guerra fria havia perdido seu sentido, pois URSS estava na ruína econômica, sem dinheiro inclusive para pagar seus soldados, que vagavam pelo país como vagabundos, tinha 16 países; agora tem 30 e todos na fronteira russa. 

USA, tão zeloso com Cuba e seus Mísseis russos na década de 60, sendo Cuba um país independente, vai e reconhece a Taiwan, que há milênios é parte da China, propondo inclusive proteção militar.  Transformando assim, o que poderia vir a ser no futuro uma outra Xangai, em motivo de um possível conflito com potencial de guerra nuclear.

No Vietnã morreram 1 milhão de pessoas e o mundo não se transformou em um lugar melhor. No Iraque onde havia uma frágil paz entre sunitas, xiitas e curdos; USA deixou de herança centenas de milhares de mortos e abriu as portas para um sangrento ISIS, criação da própria CIA. 

E mais do mesmo na Líbia, onde hoje não há sequer um governo e a anarquia dá lugar inclusive à escravidão, ou na Síria onde o dinheiro e o armamento americano aos rebeldes acenderam uma guerra civil que forçou Assad a pedir ajuda a russos, iranianos e ao Hezbolá.

Pra ser sincero não sei como ainda se aceitam ideias como essa de que os USA devem ser a polícia do mundo, ou que têm as melhores armas e são capazes de vencer qualquer guerra. Se das que citei eles perderam todas e apenas espalharam morte e destruição.

Recentemente foram expulsos do estreito de Bab al Mandeb, no Mar Vermelho, pois mesmo com sua super poderosa frota marítima, não puderam vencer as armas do Yemen.

Agora mesmo estão levando a Ucrânia ao matadouro, depois de promover um golpe de estado e derrubar um governante eleito, fato reconhecido por sua representante numa comissão do Senado americano. Trazendo instabilidade e dando poder a um títere que tratam com honras de estadista em seu próprio Congresso.

Ou dando apoio incondicional ao Sionismo israelí, que a pretexto de acabar com um grupo terrorista, que foi criado pelo próprio governo de Israel, está matando a torto e a direito. Enquanto os colonos judeus seguem expulsando os colonos palestinos da sua Terra Prometida.

Apoiando com armas e muito, muito dinheiro a um projeto de domínio territorial que, a pretexto de matar terroristas, bombardeia o Líbano levando junto a vida de inocentes. 

E nesse momento nos caberia perguntar:

 No mundo em que vivemos, só são inocentes os mortos judeus?

 Ou que pra compensar os 1200 mortos no ataque terrorista, devem morrer  30, 40 ou 50 mil palestinos? 

Esses tais comentaristas dizem que a esquerda não quer ver os males do comunismo, mas eles tampouco são capazes de enxergar o estrago que USA faz por todo o mundo.

E em um exercício de cegueira, em meio ao seu deslumbramento, acreditam que Trump fará uma política exterior diferente do que o mundo vê há décadas

 Não se dão conta que desde que Eisenhower deixou a presidência por ali passaram Nixon, Regan, Clinton, Bush pai e filho, o prêmio Nobel da paz Obama, além próprio Trump e o orçamento militar americano cresceu 20 vezes.

Se negam a perceber que os USA são um instrumento do mal, o braço armado até os dentes de uma elite global xenófoba, que quer usar o eugenismo bélico pra diminuir a população e espalhar o medo que nos deixaria nas suas mãos “salvadoras”, mãos de Bill Gates, Zuckerberg, os Rockfeller, Soros, Schaub, Van Der Leyen entre outros.

Nossas cabeças falantes, se deixam levar por uma mística, talvez porque afinal nunca sofreram com uma bomba na sua vizinhança com o carimbo Made in USA.

Só pra ilustrar, pois os nossos comentaristas, como muitos por aí, insistem em apontar a China como a grande ameaça para o mundo. É bom recordar que a China tem apenas uma base Militar em um país africano e que em toda a sua história, que é muito mais extensa que a americana, jamais invadiu outro país. 

Enquanto os super-heróis da Liga Da Justiça, têm espalhadas pelo mundo mais de 800 bases militres e se seguimos o roteiro dos filmes Marvel, pelo menos no último filme que vi desses heróis, pra "salvar" o mundo eles destroem quase a metade dele. 











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