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São Paulo,14/11/2024

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Sydnei Migli

ANARCO-TIRANIA

Onde o Certo tá Errado e o Ilegal tá Dentro da Lei.


ANARCO-TIRANIA

A ideia ou a imagem de que alguém está no comando é, quem sabe, o único bálsamo que nos mantêm unidos como sociedade. 

Às vezes, e sinto que com demasiada frequência, perco esse saudável contato com essa imensa mentira que nos une a todos.

E essa imagem idílica e pueril de que, nos protege a Polícia, os juízes nos julgam com isenção e nossos impostos são bem aplicados, cai por terra.

E por intervalos demasiado largos me entristeço e penso que não há saída honrosa para nossa nação, para o nosso mundo.

Nesse momento me dou conta do pequeno que sou e da insignificância dos meus pensamentos. 

E aí, somente encontro consolo em buscar mentes mais privilegiadas que a minha, para tentar entender um pouco do que nos passa a todos. 

E em uma dessas buscas dei de cara com um ensaio de Samuel Francis, publicado em 1994, em que ele cria um neologismo, um conceito,”Anarco-tirania” que a princípio nos pode parecer incongruente, pois junta duas ideias absolutamente antagônicas. 

Afinal são ideias que estão nos extremos das organizações político sociais, que alguma vez foram propostas. Essa concepção foi criada pensando nos USA, mas com uma grande visão de futuro. Tão grande que hoje poderia explicar não só o que passa por lá, como o que acontece em todo o mundo, sem excluir nosso Brasil.

Para que fique mais claro eis aqui um trecho do que seria a Anarco-tirania: “um conceito em que o Estado está mais interessado em controlar aos cidadãos para que não se oponham à classe dirigente, em vez de lidar com os verdadeiros delinquentes. Onde argumentam que as leis devem ser aplicadas seletivamente com base no que é benéfico para a classe dominante.”

Pensar que isso foi escrito há 20 anos e hoje assume uma atualidade que chega a dar medo.

E assim, confirmando essa "premonição", vemos como no caso do Brasil, os poderes do Estado estão sendo usados para subjugar a população. E que para isso contam som seus fiéis escudeiros de sempre, os escancarados do MST, as ONGs nacionais e internacionais. 

E os dissimulados da mídia comprada, além dos artistas que buscam sustento nas tetas de um Estado, que a eles, mídia ou “artistas”, não lhes importa se são tiranos ou não.

E essa escória que se arrasta como os asquerosos que são, estão aí sempre presentes para divulgar a estratégia de domínio dos poderosos de plantão. Tal estratégia vai de encontro ao que previu Samuel Francis e não é mais que criar uma emergência permanente. 

Como por exemplo querer classificar as facções criminosas como grupos terroristas. Isso cria discussão sobre um problema que já existe e ao qual não se dá solução e não se dará. Pois o objetivo é criar esse clima de emergência e nunca solucionar o problema real.

Nesse balaio de gato às vezes nos surpreendemos com as decisões de juízes que são inconsistentes, que ferem a Constituição inclusive. Mas para o sistema de Anarco-tirania essa é a regra, transformar a vida do cidadão em um inferno, em uma Anarquia, onde já não possamos distinguir o bem do mal, o certo do errado. Onde um exército de homens uniformizados será juiz, jurado e carrasco.

Infelizmente a maioria de nós se comporta como uma manada de zebras que ao ver, que os leões já comeram dois filhotes e uma zebra meio doente e estão de barriga cheia, param de correr e seguem pastando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.

Sabem que os leões voltaram a atacar, mas confiam que não serão suas vítimas, aceitam pacificamente essa incômoda anarquia que com o passar dos anos já se converteu em uma rotina.

O certo é que seja aqui  no Brasil ou fora, vivemos uma pantomima, não há no mundo governantes honestos, salvo raras exceções, a regra é que somos dominados por toda classe de máfia.

Sei que odiar a esquerda é fácil e até lógico, dado o número de mortes e guerras que essa gente produziu e ainda produz pelo mundo afora. E que o pensamento de direita é mais claro e objetivo, mas nem por isso está isento de culpa. 

E nesse lado conservador estão algumas vozes opinantes, que “acreditam no diálogo” e preferem hipocritamente que continuemos para sempre como zebras. 

Dizem que devemos votar, que a democracia é a única saída, que devemos buscar o diálogo, que a violência não leva a nada. E assim passam os anos e as décadas e o Sistema segue como uma moedora de carne gigante, deixando atrás filhotes de zebra, zebras velhas e meio doentes, mortas pelo caminho.

Não é preciso pegar em armas, não faz falta violência, faz falta organização. Deixar de ouvir políticos medíocres, com suas propostas repetidas e cheias de mofo e pastores que têm como deus uma nota de 100.

Essa gente se perpetuará nos cargos, cargos repletos de benefícios, aos quais estão muito satisfeitos em receber cada mês. Podem aposentar-se com duas legislaturas e não creio que se negariam a recebê-la.

Em um país em que morrem 40 mil pessoas anualmente nas mãos de criminosos, onde juízes soltam bandidos por dinheiro e uma legião de maus caráteres de uniformes invadem casas de gente inocente para cumprir ordens ilegais.

Qualquer saída que não inclua uma reforma radical na Constituição, nas Leis Penais, no sistema eleitoral, além de uma purga nas polícias, nas Forças Armadas e no alto e baixo funcionalismo, está fadada ao fracasso.

Esse é o tamanho da encrenca em que estamos e qualquer cidadão brasileiro que se negue a ver isso, é cúmplice, pelo menos em sua consciência, desse sistema de Anarco-tirania.

 




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