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São Paulo,14/11/2024

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Rosivaldo Casant

ANIMAIS MARINHOS NA PG

Deparamo-nos com uma enorme tartaruga tombada e sem muitas chances de retornar à posição que lhe permitiria retornar ao mar

https://www.diariodolitoral.com.br/praia-grande/tartaruga-de-quase-100-kg-e-encontrada-sem-vida-em-praia-grande/151946/
ANIMAIS MARINHOS NA PG Tartaruga na PG

*ANIMAIS MARINHOS NA PG





Ainda colocando as impressões do período “fique em casa” que o resto a gente vê depois, trago na íntegra a reflexão no Facebook, na data que vai anotada no final desta crônica.

“Há cerca de dois meses não dou as caras por aqui, deixando minhas impressões sobre o dia a dia na PG. Vida corrida de professor em atendimento remoto dos pupilos, intercorrências na saúde de familiares e amigos, perda de pessoas queridas e agravamento de outras questões relacionadas à pandemia vigente, enfraqueceram meu desejo de tomar a pena e escrever, diriam os antigos (e olha que não sou jovenzinho!). Mas, aqui estamos! Prontos para mais um encontro crônico! (Entendam como desejarem o jogo de palavras).

Então! (Como está na moda dizer quando não se sabe o que falar – mas eu tenho o que falar, sem muito esforço para puxar da memória!). Então, acompanhem-me no relato de algumas experiências incríveis vividas nesta fantástica estância praia-grandense.

Há algum tempo, eu e Tata fazíamos uma caminhada de fim de tarde, na sequência de um dia de muito sol e praia lotada. Era ali pelas imediações da Guilhermina, quase alcançando a Aviação. Deparamo-nos com uma enorme tartaruga tombada e sem muitas chances de retornar à posição que lhe permitiria retornar ao mar. Nós a desviramos e a erguemos, devolvendo-a às águas. Nossa! Que sentimento gostoso de ter contribuído com a natureza, como um escoteiro fazendo sua boa ação, sabe? Desejamos que o animal, agora nas atividades que lhe são próprias, esteja livre pelas correntes marinhas afora, não tendo se embaraçado em nenhuma rede de pesca e tão pouco se desviado de seu curso migratório.

Outro dia, repórteres de uma das emissoras que mais cobrem os eventos da Baixada Santista trouxeram uma matéria com a filmagem do que parecia um balé de uma baleia jubarte, no Canto do Forte. O vídeo havia sido cedido por um cinegrafista amador e podia também ser visto no YouTube.

Em certa tarde, também na Guilhermina, observamos que muitas pessoas olhavam para as ondas calmas que se espraiavam por ali. Só entendemos a mobilização quando nos aproximamos e vimos, na parte rasa, um número incontável de pequenas arraias exibindo-se e comportando-se como se compreendessem o embevecimento dos espectadores. Que privilégio poder assistir a tudo aquilo, é o que pareciam pensar todas aquelas pessoas paradas ali contemplando o inusitado!

Há duas semanas, um grupo de golfinhos também se exibia no canto do forte. Foi notícia nos telejornais por bons dois dias. Extraordinário porque antes recebíamos as informações como meros telespectadores e hoje compomos o cenário, aos menos como caminhantes que se detêm, num dia ou outro, aqui e ali, nesse namoro com a natureza. 

Dentre todos os visitantes marinhos, tartarugas são, possivelmente, os mais comuns em Praia Grande. Infelizmente, nem todas são encontradas com vida; isso, inclusive, já ocorreu conosco; não é uma boa experiência encontrar um cadáver marinho, geralmente enroscado em redes de pesca e se decompondo

A mais recente aparição foi a de um pinguim, sexta-feira última; provavelmente distante das rotas de migração e, por consequência, perdido de seus iguais. Nestes casos, por sorte, as pessoas seguem a orientação, que também aprendi a seguir, de chamar as autoridades ambientais para que resgatem os bichinhos, cuidem de sua saúde, reabilitando-os e os devolvendo ao seu habitat, conforme protocolos internacionais.

Eu gostaria de ficar aqui falando das minhas experiências e, também, das de outras pessoas em relação a esses encontros quase rotineiros, como os de mar e praia, baleias exibindo-se, golfinhos fazendo firulas, tartarugas só pedindo uma mãozinha, pinguins precisando de uma pequena ajuda para retornar ao grupo, mas há o outro lado da moeda: seres que são sacrificados por causa de gente irresponsável e inescrupulosa. Então, para fechar esta crônica, “eu vou chamar o meu amigo” Roberto Carlos: “Eu queria poder afagar uma fera terrível/ Eu queria poder transformar tanta coisa impossível.../ E as baleias desaparecendo por falta de escrúpulos comerciais/ Eu queria ser civilizado como os animais.../ E das águas dos rios os peixes desaparecendo.../ Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo.../ Eu queria falar de alegria ao invés de tristeza mas não sou capaz.../ Não sou contra o progresso/ Mas apelo pro bom-senso/ Isso é o que eu penso. (Alguns versos da canção O Progresso, de Roberto Carlos).”

*09/7/2021 - Publicação no Facebook, Portal da PG, página pessoal.



COMENTÁRIOS

Verinha, a continuara assim, comentando com tanta poesia as minhas crônicas, meus amigos do Sensus talvez a convidem para marcar mais robustamente sua presença aqui, escrevendo seus textos que são muito bons. Vou gostar muito, acredite!

Que lindas imagens essa crônica nos oferece. Uma sinestesia, tato, tocar nos animais, praia, água...cheiro dos bichinhos, mar, do suór...., sabor salgado do mar, visual das imagens e cores do local e bichos e sonoro, barulho de gente, dos animais, do mar......Como é boa essa sensação de vida!

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