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São Paulo,14/11/2024

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Rosivaldo Casant

MORTE E VIDA NA PG

Ainda sob os efeitos nefastos da pandemia, tempos atrás, iniciei meu texto sobre o tema “morte e vida”, com forte sentimento de pesar, dirigindo-me a um colega de magistério que perdera um ente querido

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MORTE E VIDA NA PG Arco-íris_Passarela

*MORTE E VIDA NA PG





Ainda sob os efeitos nefastos da pandemia, tempos atrás, iniciei meu texto sobre o tema “morte e vida”, com forte sentimento de pesar, dirigindo-me a um colega de magistério que perdera um ente querido, nos seguintes termos: “Aproveito o tema para, logo de início, solidarizar-me com o amigo professor Aderson, que, na tarde deste dia, perdeu sua mãe, de quem falava sempre boas coisas, levando-nos a imaginar o tamanho da sua dor. ‘Caro amigo, que Deus acaricie sua alma e as dos demais familiares enlutados com a ternura do Seu Espírito e os console, apesar de todo o sofrimento que a despedida de uma pessoa querida possa trazer!’ Todos partiremos um dia, é fato, como costuma dar ênfase uma colega; pois que seja, então, com o amor e os cuidados da família. Meu pai se foi dessa maneira”.

Sem cogitar que nos anos seguintes perderíamos algumas pessoas amadas citadas neste parágrafo, seguimos falando de “vida e morte”: “Minha mãe, dona Hilda, e dona Alexandrina, amiga e mãe de grandes amigos, irmãos desde a infância na zona leste em São Paulo, aniversariam hoje; respectivamente, uma 89, a outra 87 anos de vidas ricas. O isolamento social nos impôs que desde o ano passado não nos reuníssemos para festejar essa excepcional data. Seus maridos? Meu pai já se foi há quase trinta anos. Seu Luís, marido de dona Sandra (dona Alexandrina), graças a Deus, tem vencido todas as batalhas da saúde e continua lúcido, nos propondo charadas e trocadilhos (mafagafos e mafagafinhos) até hoje, com muita desenvoltura”. Lamentamos que já há algum tempo, primeiro, seu Luís; segundo, dona Hilda, foram chamados pelo Pai para o reino eterno (agora, sem mafagafos e sem mafagafinhos). 

Minha esposa não gosta quando se fala em morte; principalmente, quando digo que se acontecer algo comigo, tudo está anotado na agenda do casal, guardada entre as pastas de contas a pagar, documentos da casa, documentos do carro, e por aí vai. Digo-lhe que temos que considerar esse assunto para que não ocorra conosco o que aconteceu com uma amiga que deixou de receber o seguro de vida do falecido esposo porque não descobriu a tempo a apólice que lhe garantiria o recebimento de uma boa soma em dinheiro, o que lhe daria, como aos filhos, um pouco mais de conforto. 

Vida e morte. O que é a vida? ”Eu fico com a resposta das crianças”, de Gonzaguinha: “E a pergunta roda, e a cabeça agita. Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita... Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser; sempre desejada, por mais que esteja errada; ninguém quer a morte, só saúde e sorte.” E a morte o que é? É o nosso destino, o nosso futuro. Toquinho nos socorre e diz, em sua linda Aquarela: “Um menino caminha e caminhando chega no muro; e ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá; o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela, de uma linda aquarela que um dia, enfim, descolorirá!” Só acho que não descolorirá e é por essa razão que trato da morte com muita naturalidade. A Tata já está admitindo dar um adianto nesse papo de vida e morte. Menos mal!

Há algum tempo, perdemos uma Rosa, do jardim do Luís, um amigo aqui no condomínio em que moramos. Dona Rosa. Foram três anos em que vimos nosso amigo desvelando-se nos cuidados com a mãe. Houve momentos em que pensamos que ela se recuperaria do AVC e a veríamos ser conduzida no carro do Luís às compras ou ao médico. Deixo uma nota de pesar, também de admiração e homenagem a esse amigo; pesar pela perda de sua progenitora; o aplauso pela maneira honrada com que zelou dos anos derradeiros de dona Rosa, jamais se afastando dela, um minuto sequer. Conheço várias histórias de amor aos pais, mas, confesso que não conhecia afeto de um filho pela mãe como esse que lhes estou relatando.

Nas aulas remotas, procurava cuidar da saúde emocional de meus alunos todas as vezes que nos encontrávamos na sala de aulas virtuais e não foram poucas as vezes em que me socorreram por estar sofrendo por perder uma pessoa querida para a Covid 19 ou para outra enfermidade. Vida e morte. Fixemo-nos no caminho do futuro porque é o que nos resta. É perfeitamente compreensível chorar pela perda de alguém, mas isso não pode tirar nosso foco do que está à frente e que só se descolorirá para quem não possui crença nenhuma. Eu creio em Deus (ele me deu vida), creio em mim (porque fui feito à imagem de Deus) e creio no meu próximo (porque Deus, que está em mim, saúda Deus que está em você, pois Ele está em todo lugar e em todos que creem nEle). 

Vida e morte. A vida? Vivamos com alegria, com responsabilidade, com gratidão, aqui na PG ou em outro canto que nos for destinado. A morte? Virá. É futuro. Daqui alguns segundos, minutos, horas, dias, anos. Não sabemos. Portanto, vamos nos colorir e colorir o mundo com pinceladas, rolos, baldes de amor, fé e esperança. “Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo ...”

*24/4/2021 - Data da publicação no Facebook, Portal da PG, página pessoal, com pequenas atualizações para o blog do Sensus.



COMENTÁRIOS

"Com a agonia da despedida que compreendemos a riqueza do amor"; gostei disso! Quanta sensibilidade, meu amigo! O texto sagrado diz que o salário do pecado é morte, mas o Papai do céu mandou Seu filho para vencê-la e nos conceder vida em abundância.

Com a agonia da despedida que compreendemos a riqueza do amor

A morte nos acompanha desde o momento em que nascemos.Se as pessoas se lembrassem dela, de vez em quando, creio que jogariam a toalha e iriam viver. Kkkkk.Não chorariam por não ter isto ou aquilo ou perder algo. A morte vem para te dizer, vc morrerá como todos outros; maldita morte! Kkkkkkkk.

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