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São Paulo,12/11/2024

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Sydnei Migli

O CIRCO DAS ELEIÇÕES.

Onde Todos Podemos Fazer Papel de Palhaço.


O CIRCO DAS ELEIÇÕES.

Muito embora eu já tenha deixado clara minha posição sobre a qualidade da Democracia no mundo e especialmente no Brasil. Gostaria de dar meu “pitaco” nas eleições de São Paulo, partindo do pressuposto de que foram honestas e limpas e que, portanto, refletem com alguma exatidão o que pensa o eleitorado.

E para tanto vou recorrer a um pequeno fragmento do livro de Michael Grant, “A queda do império romano”.  Onde ele analisa e tenta explicar como a atitude dos governantes da época, quando faltavam poucas décadas para o fim do Império, foram cruciais para permitir que o Império sucumbisse diante de uma crise civilizatória:

“As formas de pensar dos governantes, não davam lugar para a nova e apocalíptica situação que havia surgido, uma situação que precisava de soluções radicais, diante do que se aproximava. Pois toda a sua atitude era uma aceitação complacente das coisas como elas são, sem uma única ideia nova.

Essa aceitação foi acompanhada por um otimismo excessivo sobre o presente e o futuro e mesmo quando faltavam apenas sessenta anos e o Império já estava desmoronando rapidamente, Rutilius continuou a se referir ao espírito de Roma com a mesma segurança suprema.

Essa adesão cega às ideias do passado está entre as principais causas da queda de Roma. Se alguém se deixa levar o suficiente por essas ficções tradicionais, não vê a necessidade de tomar medidas práticas de primeiros socorros.

As eleições em São Paulo exemplificam um pouco desse comportamento. Sempre, repito, quando acreditemos que as eleições sejam honestas e transparentes. 

O que Michael Grant descreve é a atitude das elites governantes, no entanto, essa elite como qualquer outra que existiu ou que existe hoje. É formada por seres humanos e nós, os humanos, somos regidos pela genética. 

E a genética não é muito fã de produzir modificações radicais nos organismos, optando sempre por pequenas variações adaptativas. Sendo assim essa regra de quase imobilismo, hoje em dia, também se aplica aos eleitores. 

E se uma grande quantidade de pessoas não vê com claridade que uma ação radical pode resultar em algo positivo, sempre considerará manter o status quo, que bem ou mal lhes dá uma certa tranquilidade.

Afinal no caso do Brasil é fácil observar como, tanto o povo, como os próprios políticos estão perfeitamente acomodados em manter as coisas como sempre. 

Quero relembrar que sou a favor de não votar, pois o considero um desperdício de tempo, além de fazer papel de palhaço. No entanto como sou parte de uma insignificante minoria, apenas me dedico a observar o que os viciados em votar fazem nesses dias.

E na cidade de São Paulo, fica evidente que mesmo com seus modos histriônicos, que podem não gostar a alguns. O único discurso que fazia sentido e lavava a alma do Paulistano, era o do Pablo Marçal.

E, no entanto, independente de uma possível manipulação, é difícil entender que haja gente suficiente para votar no Nunes e no Boulos.

Não que considere que a eleição do Marçal fosse um bálsamo para a cidade. Pois mesmo sendo Prefeito ele pouco poderia contra tudo que já está montado em prol de uma elite e um funcionariado chupim. 

Apenas vejo que há uma quantidade de pessoas dispostas a serem cozidas como rãs, em fogo lento, pois têm medo a uma mudança radical, nem que seja apenas de perfil. 

O que confirma a existência de um enorme contingente que ainda vê no governo um grande provedor, um papai do céu, que se nos comportamos bem nos protegerá e nos dará uma aposentadoria no final da nossa vida útil.

Esse medo de que uma possível mudança de rumo possa levar a um futuro pior que o atual, se origina também na pouca ou nenhuma capacidade dos habitantes em dar-se conta de que já estão imersos até o pescoço em uma crise.

 Onde têm que trabalhar 5 meses ou mais para um governo que não lhes dá nem segurança, nem educação, nem saúde, nem muito menos justiça.

Sei que é cansativo estar repetindo sempre o mesmo, mas aqueles que acreditam que uma nova liderança, ou novas políticas evitarão a crise que está por chegar, podem ter uma grande decepção.

Pois todos os sintomas que acabo de apontar, como a aversão ao risco, a fé em não fazer nada ou fazer pequenos ajustes, a cegueira para os problemas que estão na sua cara. E uma crença cega em soluções passadas que já comprovaram mais de uma vez sua ineficácia, tudo isso somente chuta a bola pra frente, mas o gol está cada vez mais longe.

Não importa o sistema que se observe, em todo o Ocidente o status quo está atingindo o seu limite em várias frentes. E o Brasil não é diferente, sem entrar nos motivos que nos trouxeram até aqui, o fato é que estamos na beira do abismo.

A sociedade já não pode suportar uma carga ainda maior de impostos. 

E o aumento das facções criminosas agora se observa inclusive dentro das igrejas evangélicas, abrindo assim uma nova frente de batalha que pode formar radicais religiosos como um Hamás tupiniquim, dentro do nosso país.

Os parlamentares municipais, estaduais e federais que com seus discursos inflamados apontam as mazelas do governo. Sempre terminam dizendo que a única saída é através das Instituições, dizem assim que são da paz e que com saliva e pensamento positivo, vão tirar essa gente do poder.

Olhem em volta e vejam que quando a esquerda assume o poder não larga o osso numa boa.

 O Brasil está podre em suas instituições. Quando esteve no poder o Bolsonaro deixou escapar a maior oportunidade que o Brasil já teve. Isso de jogar nas 4 linhas é conversa pra boi dormir. 

Agora mesmo os “analistas” dizem que a “direita” foi a grande vencedora das eleições municipais em todo o país. Mas quem é mais velho lembra que um dia o MDB de Quércia e Montoro, também “arrasou” nas eleições. Que isso mudaria a cara do Brasil, um Brasil onde a Democracia traria de volta tudo que a “Ditadura” havia tirado de nós.

Mais recentemente o PL também elegeu um montão de políticos e é só ver como esses caras votam as propostas do governo.

Em resumo, é notório que estamos diante de um esgotamento do modelo democrático, que ao final só nos traz uma enorme carga aos contribuintes, que têm que sustentar uma máquina inchada, lenta e improdutiva. 

Um cidadão de modo individual não pode mudar as condições que dita o sistema. Mas pode e deve tentar sobreviver driblando as dificuldades que os governos lhe impõem.

Diante desse cenário a sugestão que modestamente dou ao cidadão comum, é que busque fazer o melhor que pode pra defender e sustentar sua família. Não jogue dinheiro fora em artigos supérfluos ou apostas do governo. Busque fazer tudo que puder em negro, pois os impostos são pra sustentar vagabundo.

A saída mais inteligente é duvidar sempre das informações oficiais, nenhum governo ou mídia associada quer o seu bem. 

E quem sabe o mais importante, os que têm filhos devem dar-lhes a melhor educação que possam, longe das influências quase demoníacas das ideologias socialistas. 

E que, como dizem aqui na Espanha, “que Deus nos encontre confessados.”




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