Seja bem-vindo
São Paulo,19/09/2024

  • A +
  • A -

Anna Julia

“Pagers explosivos”: o que se sabe sobre a autoria dos ataques ao Hezbollah no Líbano

Os incidentes resultaram na morte de pelo menos 12 terroristas.


“Pagers explosivos”: o que se sabe sobre a autoria dos ataques ao Hezbollah no Líbano

Nesta terça-feira (17), uma série de explosões atingiu pagers em diversas áreas do sul do Líbano, principalmente ao sul de Beirute, controlada pelo grupo Hezbollah. Os incidentes resultaram na morte de pelo menos 12 pessoas, incluindo uma criança, filha de um membro do grupo, e dois combatentes do Hezbollah. O Ministério da Saúde do Líbano estima que cerca de 2,8 mil pessoas ficaram feridas. As explosões também afetaram a Síria, onde uma ONG relatou que 14 pessoas ficaram feridas nos arredores de Damasco devido a detonações semelhantes.

Na quarta-feira (18), novas explosões envolvendo walkie-talkies do Hezbollah ocorreram em Beirute e no sul do Líbano, matando 20 pessoas e ferindo mais de 300, conforme informou o Ministério da Saúde. 

O Hezbollah rapidamente atribuiu as explosões de terça a Israel, chamando-as de "massacre" e prometendo uma resposta específica. O grupo afirmou que essas ações reforçariam sua determinação na resistência. O governo libanês também acusou Israel, com o primeiro-ministro Najib Mikati classificando o incidente como uma violação grave da soberania do Líbano.

Apesar das acusações, Israel não se manifestou diretamente sobre o caso, mas o Exército israelense declarou estar preparado para agir na fronteira libanesa. O chefe do Comando Norte de Israel, major-general Ori Gordin, reforçou a prontidão das forças israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que garantiria a segurança dos residentes do norte de Israel, sem mencionar os eventos no Líbano.

Jornais internacionais sugerem envolvimento israelense nas explosões. A CNN e o The New York Times apontaram que Israel, através do Mossad e das Forças de Defesa de Israel, conduziu uma operação de sabotagem dos pagers utilizados pelo Hezbollah. Esses dispositivos, fabricados em Taiwan e modificados com explosivos durante o transporte, foram distribuídos ao grupo em várias localidades do Líbano e da Síria. Pequenas quantidades de explosivos foram colocadas ao lado das baterias dos pagers, ativadas remotamente após uma mensagem aparentemente enviada pela liderança do Hezbollah.

Os dispositivos explodidos eram do modelo AR924, da empresa Gold Apollo. No entanto, o presidente da empresa, Hsu Ching-kuang, negou que os dispositivos fossem produzidos pela Gold Apollo, afirmando que o nome da marca foi utilizado por uma fabricante europeia, a BAC Consulting KFT, com sede em Budapeste. A CEO da BAC, Cristiana Barsony-Arcidiacono, negou envolvimento com a fabricação dos pagers, alegando ser apenas uma intermediária.

Especialistas sugerem que Israel explorou a troca de smartphones por pagers feita pelo Hezbollah, acreditando que essa tecnologia seria menos vulnerável a ataques. Keren Elazari, especialista em cibersegurança da Universidade de Tel Aviv, afirmou que o uso de pagers foi um erro estratégico, que Israel conseguiu explorar. A jornalista libanesa Kim Ghattas disse à CNN que as explosões foram claramente um ataque direcionado de Israel contra o Hezbollah, possivelmente como uma demonstração de superioridade ou uma preparação para uma ação militar maior no Líbano.

Fontes internacionais indicam que o Mossad pode ter inserido explosivos nos pagers durante sua fabricação ou transporte. Estima-se que entre 3 mil e 5 mil dispositivos tenham sido comprometidos, de acordo com veículos como a Al Jazeera e a Reuters.



COMENTÁRIOS

LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.