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São Paulo,19/09/2024

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Sydnei Migli

ONDE ESTÁ NOSSO BUKELE ?

“Não importa se venceremos ou não, o importante é ir à batalha”.


ONDE ESTÁ NOSSO BUKELE ?

Estamos diante de um desses momentos em que, apesar de sabermos que o mundo é muito grande, já não há possibilidades de fugir a um Éden, todo o planeta hoje se comunica e embora a maioria não possa ver ou nem sequer entender o que está passando, é obrigatório que uma parcela de gente se levante e se oponha à loucura que nos quer levar à extinção da civilização.

Há uma massificação descontrolada por divulgar notícias não só políticas, mas principalmente de políticos. Há um enfoque que sempre nos quer levar para uma dicotomia esquerda/direita. 

E, enquanto isso, nas ruas que formam bairros reais e que se constituem em cidades, habita gente normal que só quer sobreviver com segurança e um pouco de conforto.

E o que se vê é roubo, assassinato, tráfico.

Uma tragédia que já assumiu dimensões mundiais. Sei que estamos todos preocupados com o que diz a ONU o FMI ou a OMS, com seus oligarcas em sua psicopatia de controle.

E de novo, enquanto isso, Hezbolá, Cartel de Sinaloa, PCC entre milhares de outras máfias criminosas estão abocanhando o poder em todo o mundo. 

Imaginemos um visitante extraterrestre que, em sua invisibilidade, desde a estratosfera nos observe discutindo se Marx, Keynes ou Adam Smith, se Friedman, Reagan ou Putin. Se esses seres tivessem senso de humor estariam às gargalhadas, vendo esse circo.

Observariam que somente na América existem grandes partes do planeta, que de forma declarada já se encontram dominadas pelo crime. Estados inteiros como o México, Colômbia e Venezuela são narco estados.

E a situação do Brasil não é muito diferente. O crime organizado é responsável por uma parte do PIB nacional, atuando com testas de ferro em diversos setores da economia. Tudo com o custo de vidas humanas que se perdem na delinquência dos subúrbios abandonados pelo Estado.

E que insistimos em discutir como uma questão ideológica, talvez porque isso dê um certo brilho aos que se dedicam a ficar de blá blá blá nas teles e nas redes. 

Em um artigo anterior comparei a situação do povo no Brasil e em outros países como uma manada de zebras que não se dão conta que são maioria diante dos leões e que se entregam como almoço e janta para uma minoria que lhes ataca.

Os povos oprimidos se recusam a lutar e fogem, alguns conseguem, mas sempre há mortos. Não querer agir com violência contra os violentos não impede que os violente. Existe um momento em que há que atuar, sob pena de sucumbir. 

O problema é que sempre faz falta que haja líderes e hoje o único que parece ser autêntico líder é Bukele, que não pôde fazer o que fez e ainda faz, sem a ajuda de muita gente disposta a não se submeter, não ao comunismo, mas à violência e à corrupção.

Um historiador espanhol disse recentemente em uma entrevista que, “não importa se venceremos ou não, o importante é ir à batalha”. 

Só que no Brasil já passou o tempo das batalhas de oratória, ou esperar sentado que se cumpra a lei.

Não posso me conformar que em um país menor que o estado de Sergipe, possa haver surgido um líder apoiado por um grupo em número suficiente para mudar o destino de um país. Enquanto no Brasil...

Outro exemplo poderá ser a Argentina, onde Milei não poderia ser presidente e tentar implementar mudanças se não tivesse a seu lado centenas ou milhares de pessoas que o apoiam. Pois não basta ser eleito, o povo vota por uma saída e logo quem deve solucionar são seus eleitos.

E no Brasil, com tanta gente sabida, não aparecem milhares com disposição de levantar-se contra o sistema.  

Por que nos custa tanto encontrar alguém assim?

E quanto mais passa o tempo, mais difícil vai ficando. Não há como solucionar sem romper com a ordem constituída. Ela está corrompida e sobre ela não se pode erguer nada.

O Brasil tem 215 milhões de habitantes, 16% ganham mais de 7 mil Reais por mês, 16% são 22 milhões e 400 mil pessoas. Esqueçamos os ricos e os mega ricos e sejamos austeros quanto a buscar gente com amor à pátria suficiente pra mover-se e mover outras pessoas. Um por cento desse grupo seriam 224 mil pessoas, mas consideremos que haja menos gente com essa disposição e dividamos por dez e 0,1% seriam 22.400 pessoas. Isso representa 0,0001 de toda a população do Brasil.

Que me desculpem a franqueza, mas me dá nojo quando vejo brasileiro com grana, seja artista ou o que for, vindo pra Europa tirar uma de civilizado dizendo; “que no Brasil não dá mais pra se viver”. 

É muita pouca vergonha na cara, a Europa inteira sofre um problema de dimensões civilizatórias, algo que no Brasil a gente nem tem ideia do que é.

E, no entanto, em Barcelona pessoas comuns se revezam em seus horários livres para perseguir e apontar em voz alta aos batedores de carteira no metrô, nas ruas e no aeroporto.

Em países como Alemanha, Hungria e Irlanda a população sai às ruas em grandes grupos, sem políticos, para afirmar alto e bom som, que esse é o seu país e quem não está contente que volte ao seu.

Grupos de jovens católicos percorrem pequenas cidades para nas praças cantar e espalhar sua mensagem, em um contraponto importante à islamização.

A isso me refiro, “não importa se venceremos, o importante é ir à batalha”. 

Isso de ir a palanques de políticos, apenas reforça os laços do povo com um sistema completamente falido e podre. 

Não posso imaginar a população favelada se revoltando contra os traficantes, seria pedir demais. Apenas não consigo entender o que nos falta para que nos levantemos.

Quando vim pra cá me dediquei única e exclusivamente à minha família e à nossa sobrevivência. Por 14 anos não soube nada do Brasil, agora que me sobra o tempo e acompanho o que passa aí e no mundo, começo a entender o porque da  finitude da vida na Terra.

Pois viver e ver como o sofrimento se espalha, levado pelas mãos de gente canalha e que nem sequer merece a qualificação de humano é dolorido. 

Ver como as hienas aproveitam a carniça das sobras dos leões e os macacos subidos em sua altas árvores se julgam inalcançáveis. 

E nos damos conta que a verdade da selva é a que ainda predomina e explica esse vale de lágrimas, que alguns de nós conseguimos enxergar, enquanto as zebras passeiam inocentes e incautas pela savana.






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