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São Paulo,19/09/2024

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Sydnei Migli

O BRASIL QUE SONHÁVAMOS.

Obrigado ao Ulisses e seus comparsas.


O BRASIL QUE SONHÁVAMOS.

Se existe uma constante na minha vida, é que sempre vou com atraso, por exemplo, nunca pude ver os filmes quando se estreavam nos cinemas e sempre os alugava ou comprava, alguns anos depois. Trabalhava muito e não sobrava muito pro lazer.

Passava o mesmo com os livros, lia as resenhas nos jornais, anotava o título e o autor em uma agenda e quase nunca os podia comprar ou ter tempo para lê-los.

Ainda hoje me acontece isso, quando tomei conhecimento do Olavo de Carvalho, ele havia morrido uns meses antes. Mas como agora começo a ter mais tempo que antes, passei a ouvir suas ideias, suas reflexões. Outra vez com atraso, mas enfim. 

Acredito que é honesto reconhecer, que as reflexões filosóficas estão muito acima do meu entendimento e sempre prefiro ouvi-lo quando fala de política ou de comportamento humano e claro, do Brasil. Sempre tento filtrar as opiniões mais ácidas e pessoais, acho que isso o diminuía. 

Ele acreditava por experiência e estudo, em um futuro para o Brasil que se alavancasse na educação e quem sou eu para refutá-lo. Só posso estar de acordo com isso, muito embora e ele mesmo o expressava, isso é um plano que só deve frutificar em 20 anos ou mais.

Pois qualquer solução que surja agora seria um remendo, pois estaria assentada em uma estrutura corrompida e podre.

 Sendo, essa geração educada do futuro quem deveria modificar essa estrutura, para construir a partir daí um futuro mais digno, justo dentro do possível e menos desigual, respeitando sempre a desigualdade inerente na raça humana e que quase sempre condiciona nossos particulares futuros.

Sei que, se vivo, ele estaria em contra dessa minha absurda ideia de matar de fome aos políticos, ignorando as eleições e destinando nosso tempo a um enriquecimento pessoal, que nos habilite a driblar todas as travas, que os políticos colocam no nosso caminho.

O Olavo representava alguém que o sociólogo Gustave Le Bon, no século XIX descrevia em uma máxima e que nos dizia isso: 

”as massas nunca tiveram sede da verdade. Elas se afastam dos fatos de que não gostam e adoram os erros que as fazem se apaixonar. Quem souber enganá-las será facilmente seu mestre, quem tentar desenganá-las sempre será sua vítima.”

Nesse momento devemos dar uma pequena pausa e com calma, tentar atravessar comigo o tortuoso caminho que escolhi, para tentar demonstrar meu ponto de vista. 

Onde não acredito que hoje, exista alguém capaz de estar, de coração, tentando levar o povo brasileiro pelo bom caminho. 

O que existe é uma divisão de ódios, que se retroalimenta através do próprio sistema político, não importando o lado em que se escolha estar.

E a exemplo de ditaduras escancaradas como Cuba ou Venezuela, também nós brasileiros somos prisioneiros de uma ditadura.

Uma cínica e hipócrita ditadura. 

E por favor não se surpreendam, em minha modesta opinião a ditadura que vivemos começou no final do regime militar em 1985.

Naqueles dias estávamos tão embasbacados com que, nos dariam de presente a tão ansiada democracia, que não prestamos atenção em quem eram aqueles que nos presenteavam. 

Tudo gente boa, nem tinha corrupto naqueles tempos. A ponto de que Ulisses Guimarães era quase como um santo. E o Tancredo ao morrer ficou canonizado na nossa memória.

E que me desculpem os que sempre acreditam que a gênese de todo o mal veio da apropriação cultural da esquerda em todo o mundo, que é claro que teve seu efeito. Mas, no Brasil não foi necessário recorrer a nada disso.

Senão vejamos, em breve completaremos 40 anos desse maravilhoso momento e nesse período vimos um verdadeiro desfile de ladrões, que em sua imensa maioria, nunca foram punidos e ainda por cima se reelegeram por décadas.

Conseguiram aposentadorias múltiplas e com dois mandatos já se podiam aposentar, aos presidentes então, privilégios por toda a vida. 

Aos juízes e parlamentares o direito de estabelecer seus próprios aumentos salariais. As pensões dos oficiais das forças armadas já então nem te digo, mas eles merecem isso e muito mais.

Afinal eles são a garantia de que nossas fronteiras estão protegidas. 

Gostaria de alargar-me nesse sem-fim de privilégios em que se transformou a máquina do Estado Brasileiro. Tudo com o beneplácito da nossa Sagrada Constituição, que nos foi outorgada pelos santos do pau oco da Assembleia Nacional Constituinte. 

Mas paro por aqui.

 Tudo isso nos custou a diminuição da qualidade no ensino, a queda de qualidade da saúde pública e da segurança, tanto pública como jurídica. 

Afinal povo burro, doente e sem condições de se defender, é tudo que querem os que mandam.

Agora, chega o momento de perguntar a todos, quantos de vocês votaram para obter esses resultados que acabo de expor? Quantos?

Se a democracia é o respeito à voz do povo. Então  devemos acreditar que o brasileiro é masoquista por haver escolhido viver assim?

Particularmente penso que a democracia no final das contas nunca existiu no Brasil, pois de forma empírica, não pudemos comprovar seus efeitos na vida da população que votou. 

População que jamais, jamais viu atendidas as suas “súplicas” eleitorais.

O que me leva à conclusão que lhes comentava, o Brasil é uma ditadura.

 Não que fora daqui as coisas estejam muito melhor, mas o que nos toca de perto é o que deveríamos tentar arrumar.

E se pensamos no que nos disse Gustave Le Bon, não consigo ver a nenhum político, jornalista, nem opinadores profissionais que apresentem uma ideia que crie polêmica, que busque desagradar a todos com o intuito de fazer-nos pensar.

Já sei que de novo prego no deserto.

 Afinal ainda lotamos um estádio pra ver uma seleção recheada de milionários que não jogam uma merda e acreditamos que xingar o Lula nessa hora nos lava a alma ou modifica alguma coisa. 

Damos popularidade a uma vagabunda e criminosa que se diz advogada de bandido e que passeava pelos platôs dos youtubers, todos buscando Likes sem importar como. Demonstrando a enorme flexibilidade moral daqueles que são na atualidade, os formadores de opinião no Brasil.

Temos um candidato a prefeito em São Paulo, que é capaz de dizer verdades que desmontam a hipocrisia dos meios de comunicação e dos políticos profissionais. 

Mas que ao mesmo tempo promete divulgar a teoria da escassez e assim transformar todo paulistano em empreendedor de sucesso. 

E se Deus o quiser será presidente e o Brasil será povoado por milhões de seres bem-sucedidos em vender coisas e terem ideias luminosas.

E para que isso se faça realidade é só votar Marçal, no dia 06 de outubro. 

Viu que fácil?  Como dizia o Raul Seixas, “tente outra vez”. 










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