Foi numa manhã de domingo, com sol corado enxugando o orvalho sobre a vegetação, quando percorríamos a rodovia saindo de Belo Horizonte para chegarmos à Capitólio. Uma das mais agradáveis aventuras turísticas, quando se esquece do tempo. A partida e a chegada são apenas momentos entre o prazeroso caminho com uma diversidade de paisagens, lugares e pessoas que tornam a viagem inesquecível.

Para o nosso trajeto, saímos de Belo Horizonte e seguimos pela rodovia 381 da Fernão Dias até chegarmos em Betim. Lá fizemos a transição para a rodovia 262 e depois pegamos a rodovia 050 para prosseguirmos viagem até Capitólio. Mas resolvemos continuar na 381 sentido São Paulo até o trevo da cidade de Claudio. Queria filmar a serra do minério em Igarapé, mas principalmente passar nas casas dos irmãos em Itaguara, tomar um café com biscoito de polvilho, conversar sobre muitas ausências e despedir com um abraço antes de seguirmos viagem.

Ao embarcar em uma viagem dessa pelo interior de Minas Gerais, temos uma expectativa de desbravar toda beleza natural e a cultura do mineiro do interior. Dar um dom dia, abrir um sorriso e um aperto de mão, pode se ver a porta abrir para o acolhimento, a cordialidade e simpatia expressada nos rotos e nas falas macias quase arrastada dos irmãos mineiros. Cada quilômetro percorrido, revela uma nova faceta de um cenário encantador. 

Quando atravessamos o Rio São Francisco, ainda acanhado rolando entre as pedras, nem podemos imaginar o quão grande o bom chico vai se transformando pelo caminho. Ao longo do caminho, vamos encontrando pequenas vilas e cidades que nos sugerem uma parada. Com charme e hospitalidade inigualáveis somos convidados para um descanso debaixo da mangueira, uma conversinha amistosa e solícita, a gentileza dos habitantes nos faz sentir em casa, mesmo distante dela. Impossível não degustar as iguarias locais: queijos, bolos caseiros, broas de milho, pães de queijo quentinhos, recém-saídos do forno e cafés. Ainda levamos artesanatos e outros produtos da cultura mineira para casa.

Sem pressa contornamos as montanhas, as mais altas são amostras das cadeias da Canastra, as formações rochosas são vistas de longe e se estendem de Minas, São Paulo ao Rio de Janeiro. Tem uma importante fonte hidrográfica, propriedades rurais, grandes reservas florestais e reservas da fauna da flora.  

Nossa chegada a Capitólio é o ponto culminante da viagem, a cidade nos oferece inúmeras opções de passeios, aventuras, ou apenas apreciar a imensidão das águas azuis represadas pela barragem que fica distante da cidade. Capitólio é uma cidade pequena, pouco mais de 10 mil habitantes, mas tem uma grande capacidade em receber turistas. São centenas de pousadas e hotéis. 

Optamos por ficar em um hotel em frente à Igreja matriz, um prédio novo comandado por uma família, o café da manhã é apetitoso, tipicamente mineiro. Ficamos em Capitólio o tempo necessário para aproveitarmos os lugares. Essa viagem foi uma celebração à vida, a oportunidade para redescobrirmos os prazeres das estradas, valorizarmos os momentos simples que nos fazem refletirmos sobre os valores que devemos cultuar. Quando o sol pintava as nuvens de pontinhos dourados no céu, deixamos a cidade. Lá no alto, passando pela pista sobre a barragem, contemplamos a imensidão azul das águas de Capitólio