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São Paulo,20/09/2024

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Sydnei Migli

SÍNDROME DO CÃO QUE NÃO LARGA O OSSO.

Que Deus nos proteja dos bem intencionados.


SÍNDROME DO CÃO QUE NÃO LARGA O OSSO.

Não é sempre que olhando a diplomacia, a geoestratégia, o impoluto Congresso Americano e suas boas intenções, que podemos reduzir a todos, a um simples, banal e corriqueiro pensamento popular. 

Falo da síndrome do cachorro que não larga o osso e como essa expressão popular pode explicar o que se trans veste como grande estratégia política.

Pois, embora seja comum crer que a erudição encerra em si mesma, todo o conhecimento do mundo, não é incomum que a sabedoria popular seja capaz de sintetizar, com perspicácia, a sordidez que se esconde detrás de bonitas palavras, carros de luxo e aviões particulares.

E para tentar explicar como essa fachada de sobriedade atua, vamos usar como exemplo a atualidade do Afeganistão, um país que tem aproximadamente o tamanho de Minas Gerais. E como vizinhos o Paquistão, o Turcomenistão, o Uzbequistão, o Tajiquistão , a China e o Irã.

 Falo do Afeganistão, porque o atual governo Talibã, acaba de impor uma nova lei.

A nova lei tem seu próprio nome e se chama “Inshallah”, que se traduz como: “se Deus quiser.”

 Essa lei tem 114 páginas e 35 artigos, sendo 19 deles focados no comportamento feminino e estabelece pautas de conduta, que se desrespeitadas podem levar até mesmo à prisão.

Pra se sincero não entendo por que os Talibãs e os de sua espécie têm tanto medo das mulheres.

Mas, eis alguns itens dessa lei, por exemplo, “o Artigo 13 exige que os corpos das mulheres sejam cobertos com um véu sempre que estiverem em público, para evitar tentações". Os Talibãs têm especial predileção pelo Chadori, que o resto dos mortais normalmente chamamos de Burka, que deve ser grossa, solta e longa,.

Para evitar a corrupção das mulheres, "elas são obrigadas a se cobrir sempre que estiverem na presença de homens ou mulheres não muçulmanos. Agora é oficialmente ilegal que as mulheres olhem para os homens, a menos que sejam casados ou parentes de sangue; os homens também são proibidos de olhar para mulheres que não são parentes.” 

Aqui um pequeno parêntese, recentemente um estudo revelou a grande quantidade de casamentos consanguíneos nos países muçulmanos, o que pelo que vemos dessa lei, não nos deve estranhar.

 Mas o que também revelou o estudo são os nefastos efeitos dessa prática, que vem reduzindo comprovadamente, o quociente de inteligência, além de gerar pessoas com tendências à violência. 

E pra quem duvida é só ver o que passa na Inglaterra, onde os muçulmanos não só atacam ingleses, como também se matam entre eles. Tudo  para impor suas inúmeras regras, ou as diferentes formas de como adorar o mesmo Deus. 

Fica difícil arranjar parceiros se somente se pode trocar olhares entre parentes, mas sigamos com nossa lei Talibã.

“As mulheres também são proibidas de deixar suas vozes serem ouvidas cantando ou lendo em voz alta em público.”

Como um brinde especial os Talibãs desde 2022, proibiram as meninas de frequentar escolas secundárias e universidades.” Além do mais “de acordo com o artigo 19 da nova lei, as mulheres não podem viajar sozinhas  e os homens e mulheres que não são parentes devem viajar separadamente". Os passageiros devem orar em intervalos definidos.  Tudo isso pela cortesia do Ministério das Virtudes do Afeganistão. 

Que fique bem claro que, no dia 07 de outubro de 2001, quando os “Senhores do Universo”, também conhecidos como USA, invadiram o Afeganistão com a humanitária proposta de ali instalar uma verdadeira democracia, a situação da população feminina ou masculina, não era muito diferente.

Mas, surpresa!

 Depois de 20 anos de ocupação, que deixaram 150 mil afegãos mortos, sendo que só um terço seriam os possíveis” maus”. Um gasto de 2,3 Bilhões de dólares e uma vergonhosa fuga onde atrás ficaram:  helicópteros Black Hawk, aeronaves de ataque A-29 Super Tucano, Hummers blindados e 600.000 outras armas, como lançadores de granadas, metralhadoras e rifles.

A situação é a que vemos, um país em piores condições econômicas. Onde aumentaram a pobreza e a desnutrição infantil, além de  deixar viciada uma parte da população em heroína, uma heroína cujos campos de produção eram vigiados por soldados americanos e parte do seu “benefício” servia para pagar ações clandestinas da CIA.

Depois dessa exemplar ocupação e de sair correndo do país, os seres de luz do Pentágono, tiveram a luminosa ideia, de impor sanções econômicas ao Afeganistão, pois creem que ao dificultar ainda mais a vida do povo afegão, em um futuro qualquer, pode ser que eles se revoltem e derrubem os Talibãs.

Em 2001 a operação que invadiu o país tinha o nome de “Liberdade Duradoura”, mas depois de 20 anos de fracasso e sem querer largar o osso, esses cães raivosos querem impor a “Miséria Duradoura” ao povo afegão.

Interferindo de modo criminoso no destino de milhões, enquanto a covardia internacional, faz de conta que tá tudo certo. Como podemos entender, que se use o sofrimento humano como instrumento político? Não creio que haja sido criado um termo para isso.

Seria bom que aprendêssemos de uma vez por todas que não há no mundo, um xerife cujas decisões devam ser acatadas sem reclamar. Além do mais é burro pensar que com o Curriculum, recheado de fracassos, que nos apresenta os USA, ainda sigamos acreditando em suas mentiras.

Acreditar nisso é crer nos super-heróis da Marvel. É desprezível que muitos clamem que um país, que sempre primou pelos seus próprios interesses, manipulando pessoas e deixando um rastro de morte e destruição atrás de si, deva intervir em outros países.

Nós os seres humanos, temos que buscar nossas próprias soluções, as mais adequadas para nossas particulares realidades. E as interferências com a pseudo intenção humanitária, só confirmam que o caminho até o inferno está pavimentado de boas intenções. 

Clamar para que alguém imponha nossos valores a outros, apenas esconde a hipocrisia de nossas próprias vidas. Onde, não somos capazes de dar um jeito nas mazelas que nos circundam em nosso próprio país, mas queremos meter o nariz onde não fomos chamados.

Quem sabe isso acalme os perturbados corações de muita gente, que sabe que poderia fazer algo pelo seu “vizinho”, mas aponta para um alvo a milhares de quilômetros, pra que ninguém possa ver sua indisfarçável vergonha.





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