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São Paulo,10/11/2024

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Carlos Valentim

Há divergência no Copom sobre balanço de riscos e tema será definido em próxima reunião, diz Campos Neto.

O ministro da Fazenda, Haddad, afirmou nesta terça-feira (20) que o crescimento do Brasil inspira cuidados, com a economia se aproximando do limite da capacidade instalada.

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Há divergência no Copom sobre balanço de riscos e tema será definido em próxima reunião, diz Campos Neto. economia


O ministro da Fazenda, Haddad, afirmou nesta terça-feira (20) que ocrescimento do Brasil inspira cuidados, com a economia se aproximando do limiteda capacidade instalada, ao mesmo tempo em que ponderou que a políticamonetária já está bastante restritiva, notando que um aperto excessivo pode trazerprejuízos ao controle da inflação brasileira.

“O sucesso também gera distorções. O crescimento também inspiracuidados. A partir do momento que você vai se aproximando da utilização dacapacidade instalada, você tem que pesar variáveis para saber quais as medidasvocê tem que tomar para que esse crescimento seja sustentável”, disse em eventopromovido pelo Banco Pactual.

Haddad afirmou que o país está crescendo a uma taxa de 3% e defendeu quenão há razão para não crescer acima da média mundial diante de seu potencialeconômico. Ele argumentou que não há solução para a economia brasileira que nãopasse pelo crescimento.

Questionado sobre a trajetória da política monetária do Brasil, oministro apontou que a taxa de juros atual, a 10,50% ao ano, já é bastante“restritiva”, alertando que um aperto exagerado em um momento de potencialturbulência externa pode abortar um processo de combate à inflação pelo lado daoferta.

“Estamos começando a ter formação bruta de capital no país. De repente,se você erra na dose, você aborta esse processo de ampliação da capacidadeinstalada e vai ter processo inflacionário também”, disse.

Haddad afirmou, ainda, que a política fiscal precisa ajudar a políticamonetária, classificando-as como “braços do mesmo organismo”. Segundo oministro, se tudo ocorrer nas contas públicas como está determinado e fixadopor lei, o país deve transitar bem por 2024, 2025 e 2026.

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ementrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal O Globo quehá divergências dentro do Comitê de Política Monetária (COPOM) do BCsobre se o balanço de riscos atual é simétrico ou não e que este tema serádebatido na próxima reunião do colegiado entre os dias 17 e 18 de setembro.

“O que posso dizer, e de novo, é que há opiniões divergentes no gruposobre o balanço de riscos, se são simétricos ou não. A gente vai decidir nopróximo Copom”, disse Campos Neto, de acordo com o jornal, quando perguntado seo cenário mais provável é a manutenção ou elevação dos juros.

Campos Neto também disse na entrevista que a diretoria do BC chegou adiscutir sobre uma intervenção no mercado de câmbio diante do saltorecente do dólar ante o real, que levou a moeda norte-americanaa ultrapassar a casa dos R$ 5,80, mas ao olhar para a liquidez do mercado decâmbio, acabou optando por não atuar.

“A gente olhava a liquidez no câmbio e achava que não (tinhadisfuncionalidade no mercado). Olhava a precificação do câmbio com outrasvariáveis do Brasil e achava que não. Mas quando olhava a desvalorização docâmbio tinha sido bastante rápido naquele período. Então gerou um debate, agente preferiu esperar. Teve momentos que a gente estava preparado paraintervir de fato”, contou.

“Mas se mostrou uma decisão bastante boa não intervir: o câmbio voltou,a taxa de juros longa voltou. A desvalorização é uma percepção depiora no risco de um país. O problema quando você faz intervenção é que nãoconsegue intervir em todos os mercados. E o que acontece, geralmente, é que opessoal que está buscando o hedge (proteção), foge para a taxa de juros longa,que é muito mais disruptiva, porque o Tesouro não tem como recomprar, tem quese financiar.”

 

 

 



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