Viajar de carro é uma das melhores maneiras de conhecer lugares, chegar na hora que bem quiser, permanecer o quanto quiser, estabelecer o próprio ritmo sem se preocupar com horários de embarque e esperas em aeroportos, é uma ótima opção. Além de tudo, é uma viagem para quem gosta de liberdade e flexibilidade no roteiro. 

Você pode fazer um desvio para conhecer algum ponto turístico que não constava no roteiro original ou até mesmo encontrar lugares incríveis pelo caminho. Outra vantagem é que você pode levar tudo que precisar. Este é um ponto fundamental para quem tem a tão importante companhia feminina nas viagens, eu que o diga. É uma excelente oportunidade para criar memórias e histórias únicas e inesquecíveis. As conversas amistosas no trajeto, requintadas na cumplicidade, as músicas que se pode ouvir novamente e as paisagens que vão mudando como na tela do cinema, embevece nossos olhos. Encher o tanque de combustível, esquecer o sentido do relógio e seguir a rota dos prazeres é ter a certeza de dias memoráveis.  

Na última viagem que fizemos por Minas Gerais conseguimos revisitar e conhecer muitos lugares. Cortamos as amplas planícies do Planalto Central para mergulharmos nas montanhas de Minas. 

Mas antes dormimos na graciosa Araxá, uma cidade que parece ter sido esculpida às mãos do tempo, entre os casarões antigos e o clima ameno, há um charme que nos remete a uma época em que a vida seguia um compasso mais lento para contar a rica história da cidade e de seu povo. 

No dia seguinte, ainda com a neblina da manhã, pegamos a estrada sinuosa para descermos a Serra da Saudade. Aos poucos a descida vai descortinando um visual panorâmico que parece capturar a essência da própria alma das montanhas. Quando olhamos pelo lado esquerdo da estrada, notamos a Serra da Canastra que emoldura o horizonte até os lindes do Rio São Francisco, lá embaixo no sopé da serra. A descida começa em Campos Altos, a rodovia vai serpenteando, as montanhas se aconchegando por elas e os vales. São imagens impressionantes, de tirar o fôlego. Diminuir a velocidade, respeitar a inercia das curvas e apreciar o visual, é o melhor para o momento.

Após a descida da serra, a paisagem muda totalmente. Encontramos uma vastidão, onde as fazendas de gado e plantações dominam a cena. É aquele lugar onde o horizonte parece não ter fim, os campos e culturas vão até onde a vista alcança. O delta do São Francisco assemelha uma grande teia de águas derramadas do leito que misturam com terras férteis, formando vários canais e ilhas que são um verdadeiro paraíso natural. É um lugar cheio de vida e cor, onde a natureza é a grande protagonista do roteiro que seguirá.