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São Paulo,19/09/2024

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Tenente Miguel

Supremo estimula a injeção de R$ 22 trilhões/ano no narcotráfico - Recente estudo da UNIFESP que computa movimentação de R$ 60 bilhões/ano é subestimado e só revela ponta do iceberg

Vamos esclarecer alguns números, todo o cálculo deixará de fora todas as grandes vendas em massa de maconha quem resultavam em mega-apreensões.


Supremo estimula a injeção de R$ 22 trilhões/ano no narcotráfico - Recente estudo da UNIFESP que computa movimentação de R$ 60 bilhões/ano é subestimado e só revela ponta do iceberg

Em um cenário alarmante, a ascensão do tráfico de drogas tem assumido proporções preocupantes em nossas cidades. A matemática simples, porém aterrorizante, que apresentamos aqui ilustra o impacto devastador do tráfico de drogas na sociedade, configurando um panorama de caos e desordem que ameaça a estrutura social e econômica do país.

Vamos esclarecer alguns números, todo o cálculo deixará de fora todas as grandes vendas em massa de maconha quem resultavam em mega-apreensões. Considerando que 40 gramas de drogas equivalem a 133 baseados, cada um vendido por R$ 10,00, temos um total de R$ 1.330,00 por dia. Multiplicando esse valor pelos 30 dias de um mês, temos R$ 39.900,00 gerados para o tráfico de drogas por apenas um "aviãozinho" - termo que se refere aos pequenos traficantes responsáveis pela distribuição de drogas nas ruas.

Agora, imagine uma cidade com 30.000 habitantes, onde operam 100 desses "aviõezinhos". O resultado é um fluxo financeiro de R$ 3.990.000,00 mensais para o tráfico. Em um país com 5.570 municípios, o impacto total mensal é assombroso: R$ 22.224.300.000,00. Esses números não são apenas frios e calculistas, mas representam a verdadeira face da degradação social e moral que enfrentamos.

Este volume exorbitante de dinheiro fortalece as redes criminosas, corrompe instituições, e subverte a ordem pública. De acordo com o estudo mais recente, o da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o tráfico de drogas no Brasil movimenta anualmente cerca de R$ 60 bilhões. Claramente dado subestimado, ainda assim, cada real ganho com a venda de drogas é um passo em direção ao narco-estado, onde o tráfico dita as regras e a violência se torna o método de resolução de conflitos.

Ainda neste cenário de flagrante de cálculo com viés extremamente minimizado pela Universidade Federal, outra pesquisa recente da Ipsos, intitulada “Global Advisor - Crime”, revelou que seis em cada dez brasileiros (60%) afirmam que viram ou ouviram falar sobre algum crime relacionado ao tráfico de drogas em sua vizinhança nos últimos 12 meses. Este dado coloca o Brasil em terceiro lugar no ranking entre os 29 países pesquisados.

Além disso, o consumo de drogas ilegais no Brasil está acima da média global. Sete em cada dez (72%) dos entrevistados afirmam que testemunharam o consumo de substâncias ilícitas na sua vizinhança.

O custo do tráfico de drogas não se limita à esfera criminal. O abuso de substâncias ilícitas sobrecarrega o sistema de saúde brasileiro. Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil gasta anualmente cerca de R$ 4,2 bilhões com o tratamento de dependentes químicos. Esse valor inclui internações, atendimento ambulatorial e programas de reabilitação. Esses recursos poderiam ser destinados a outras áreas críticas, mas são consumidos pela epidemia das drogas.

A passividade governamental diante dessa crise é um fator que agrava ainda mais a situação. Políticas permissivas e a falta de uma repressão efetiva ao tráfico contribuem para a proliferação desse mercado negro. A descriminalização das drogas, defendida por alguns setores, só serve para agravar o problema, legitimando o uso de substâncias que causam dependência e desespero.

Relatórios da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) indicam que, apesar dos esforços para combater o tráfico, a eficácia das ações policiais é limitada pela corrupção e pela falta de recursos adequados. O resultado é um sistema de justiça criminal sobrecarregado e ineficaz.

A pesquisa da Ipsos também questionou os entrevistados sobre criminalidade em geral. Mais da metade dos brasileiros (53%) afirmou que viu ou ouviu falar sobre assaltos em sua vizinhança nos últimos 12 meses. Nesse quesito, o Brasil é o 5º colocado do ranking global e quando o assunto é violência de gênero, seis em cada dez entrevistados (63%) no Brasil afirmaram que viram ou escutaram falar sobre violência contra a mulher em sua vizinhança. O país é o 3º colocado do ranking global entre os países pesquisados. Ainda assim segmentos da sociedade civil que militam nas causas de desencarceramento e combate à violência são, paradoxalmente, (eufemismo para hipocritamente) também favoráveis à descriminalização de drogas.

É imperativo que adotemos uma postura firme e decidida contra o tráfico de drogas. A defesa da ordem e da segurança pública deve ser uma prioridade. Aumentar os recursos para as forças policiais, fortalecer as leis contra o tráfico e promover campanhas de conscientização sobre os perigos das drogas são passos essenciais.

Além disso, é crucial que se implemente políticas de tolerância zero com traficantes e usuários. Programas de reabilitação para dependentes químicos devem ser amplamente disponibilizados, mas sempre acompanhados de medidas punitivas para dissuadir o consumo. Estudos internacionais, como o realizado pela Universidade de Harvard, mostram que políticas de tolerância zero são eficazes na redução do consumo e do tráfico de drogas.

Os números são claros e alarmantes: o tráfico de drogas movimenta bilhões de reais, alimentando uma rede criminosa que ameaça a estabilidade do país. A inação não é uma opção. Devemos agir com determinação e rigor para proteger nossas comunidades e garantir um futuro seguro e próspero para todos.

A luta contra o tráfico de drogas é, antes de tudo, uma luta pela preservação dos valores morais e sociais que sustentam nossa civilização. Não podemos permitir que o Brasil se torne um narco-estado. A hora de agir é agora.

Miguel Marx

Advogado, pós-graduado em Direito Constitucional, Inteligência Policial e Prisional, médico especializado em psiquiatria, hematologia, medicina legal, mestre em UTI, doutorando Capes-4.



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