Diogo Francisco Simas
Empatia... Tome cuidado.
A empatia salvou o animal.
O Mestre coçou a barba branca. Olhou para seus discípulos com amor.
— Há muito tempo, em uma terra muito distante, um menino foi a um circo. Um filhote de elefante desprendeu-se de seu jugo e avançou sobre a multidão.
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Homens armados surgiram. Seria o fim do pobre filhote.
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Um menino sentiu mais do que pena, mais do que amor... o menino sentiu empatia.
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Diante das armas, o menino avançou. Os homens armados esperaram. O menino aproximou-se do animal em fúria. Olhou o filhote nos olhos. O animal, por um instante, parou. O menino tocou a tromba do elefante. O filhote se deitou no chão e exibiu sua barriga ao menino.
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A empatia salvou o animal.
— Que linda história, Mestre. — disse uma discípula em lágrimas.
— Mas a História não acabou.
...
O menino cresceu e voltou à sua terra longínqua e ao circo. Lá estava o velho elefante ainda preso. O velho elefante viu o homem. Desprendeu-se de seu jugo e avançou sobre a multidão.
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Homens armados surgiram. Seria o fim do velho animal.
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O homem, uma vez mais, sentiu mais do que pena, mais do que amor... o homem sentiu empatia.
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Diante das armas, o homem avançou. Os homens armados esperaram. O homem aproximou-se do animal em fúria. Olhou o velho elefante nos olhos. O animal, por um instante, parou. O homem tocou a tromba do elefante.
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O elefante segurou o homem com a tromba, jogou-o com fúria contra o chão e pisoteou o homem até a morte.
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Era outro elefante.
O homem se fodeu.
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